Experiência da ASA na democratização da água é destaque em evento no Paraguai
![](https://enconasa.asabrasil.org.br/wp-content/uploads/2010/10/EncontroMundialdoChaco_red.jpg)
Na semana passada, representantes da ASA participaram do Encontro Mundial de Chaco, no Paraguai, organizado pela Rede Chaco. O evento promoveu um diálogo entre diversos setores para compartilhar boas práticas e experiências exitosas de desenvolvimento regional.
A área do Chaco é formada pela Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil, tem características semiáridas e população dispersa, a exemplo do que acontece na região de atuação da ASA.
A Articulação foi convidada para participar do evento apresentando a ação e os resultados da mobilização social para democratizar o acesso à água potável. Na quinta-feira passada (7), direto de Assunção, no Paraguai, Sandra Silveira da equipe técnica do Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC) contou pra gente, por skype, como a nossa experiência foi recebida pelos países que formam o Chaco.
ASACom – Sandra, o que essa experiência significou para ASA?
Sandra – Significa aproximar-se da América Latina. É uma grande oportunidade de compartilhar nossas experiências no Semiárido e aprender com los hermanos vizinhos. [O evento] foi um grande encontro de saberes e vimos o trabalho da ASA tem ganhado muita visibilidade no cenário internacional. Claro que as experiências não podem ser apenas replicadas, eles têm que ser repensadas, recriadas para outras realidades. Nossa contribuição foi significativa no sentido de apresentar uma experiência de êxito de construção de um grande programa de mobilização social, trabalhando em parceria com o poder publico federal. É possível dialogar com diversos atores, construir laços e encontrar saídas para os desafios que vivemos.
ASACom – Como foi a receptividade da ASA pelos nossos vizinhos?
Sandra – Ficaram impressionados como já foram construidas 300 mil cisternas. Querem também um programa de grande escala para sua região. Nosso material [de divulgação] voou, todos queriam. Conhecemos muitas pessoas de muitos países que diziam: “ASA, sei é do Brasil. Você acha que esta experiência pode ser levada para qualquer país?” Também vimos que há outras experiências semelhantes, mas que ainda não têm a visibilidade e a dimensão e o alcance dos programas da ASA.
ASACom – Você consegue mencionar a quantidade de pessoas presente nas plenárias que a ASA participou?
Sandra – Na primeira mesa de Acesso à Água, participaram mais ou menos 300 pessoas. É uma estimativa, pois havia outras mesas de discussão. Ontem [dia 6] houve mais mesa de discussão sobre tecnologias sociais e fomos convidados, tinha em torno de 50 pessoas. Na reunião com as pessoas interessadas com a experiência da ASA [promovida pela Avina], foi uma reunião menor, com representantes dos países e me parece que tinha em torno de 15 pessoas.
ASACom – Nos fale um pouco sobre o Encontro…
Sandra – Bem, este encontro mundial do Chaco traz o debate de quatro países: Bolivia, Paraguai, Argentina e Brasil sobre o futuro da região do Chaco, visando construir uma agenda compartilhada para o desenvolvimento susutentavel da região. Estão presentes aproximadamente 500 pessoas, indígenas, campesinos, pequenos produtores, empresários, quilombolas, investigadores e representantes dos governos. Também estão aqui pessoas de movimentos sociais, como nós.
A Rede Chaco tem empenhado esforços de diversos atores para encontrar soluções para desafios comuns enfrentados pelos países. Este encontro representa uma abertura de diálogo, para dar visibilidade a região do Chaco, sua diversidade, sua cultura, suas potencialidades e suas necessidades. É o começo de um dialogo, de uma troca de saberes e conhecimentos na América Latina.
A Rede Chaco quer aprender com outros povos e portanto, por intermédio da Avina, nos convidou para estar neste Encontro Mundial para Compartilhar nossa experiência, dizer como começamos, como conseguimos o apoio do governo federal, como o MDS financia os Programas com a metodologia criada pela ASA.