Agricultores conhecem batatas resistentes à seca e pragas na Paraíba

Intercâmbio será feito a um campo experimental de cultivo de variedades de batatas no Pólo da Borborema. O trabalho visitado é fruto de uma pesquisa realizada por agricultores, AS-PTA e Embrapa.
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Nesta quinta-feira (30), agricultores/as, assessores técnicos da AS-PTA e pesquisadores da Embrapa Algodão, estarão reunidos na Comunidade Sítio Retiro, no município de Lagoa Seca, na Paraíba, para participarem de uma visita a campos experimentais de cultivo agroecológico de variedades de batatas trazidas de Santa Catarina – a BRS Eliza, Cristal, BRS Ana e a variedade Epagri 361-Catucha.

Os cerca de 30 agricultores que farão a visita não conhecem o experimento. Através deste momento, eles poderão avaliar e compreender os mecanismos da produção agroecológica da batatinha, conhecer as características das variedades e seu comportamento no campo. E, assim, avaliar as melhores formas de manejo e quais variedades melhor se adaptam as necessidades da produção familiar.

Estudo – Através destes campos de experimentação – também chamados de campos de multiplicação – é possível acompanhar o desenvolvimento da planta no clima semiárido, o comportamento das variedades ao ataque de pragas e doenças, assim como o período de germinação e a produção. Esses ensaios foram pensados e implantados com os agricultores agroecológicos, assessores e pesquisadores.

Entre os aspectos mais relevantes da pesquisa, está a produção de batata resistente às variações do clima semiárido e a algumas doenças típicas da região, a integração dos agricultores/as aos órgãos de pesquisa – gerando a interação do conhecimento das famílias agricultoras com estudos realizados nos centros de pesquisa – e a oportunidade dos agricultores/as da Borborema de fortalecerem a produção agroecológica em suas propriedades.

Os campos experimentais estão em três municípios da Borborema: Montados, na comunidade no Sítio Montadas de Baixo, Areial, na comunidade Gravatazinho, e Lagoa Seca, na Comunidade Sítio Retiro.

O experimento com as batatas, junto aos ensaios de variedades de sementes do milho e feijão, faz parte de uma parceria entre o Pólo da Borborema e a Embrapa Algodão.

Com as experimentações, pretende-se desenvolver práticas de manejo dos cultivos, sem necessariamente agredir o solo e utilizar produtos químicos, utilizando práticas agroecológicas que fazem uso de defensivos naturais, a exemplo da urina da vaca e calda do nim.

“A importância desse estudo é de aproveitar o potencial da pesquisa no desenvolvimento de variedades resistentes à seca ou à pragas e promover um diálogo com os agricultores que produzem de forma agroecológica”, ressalta Emanoel Dias, assessor técnico da AS-PTA.

História – Por muitos anos, o plantio da batatinha na região da Borborema foi uma das principais atividades geradoras de renda, sendo esta uma forte cultura agrícola. Porém, em virtude dos gastos excessivos com a produção, muitos agricultores viram seus cultivos declinarem, o que levou à decadência do ciclo, havendo poucas resistências por parte de alguns produtores.

Como resposta ao declínio e aos baixos preços no mercado, os poucos agricultores/as que sempre tiveram a vocação do plantio da batatinha e não perderam o costume nem a esperança de plantar vêm procurando melhorar a qualidade de seus cultivos, adaptando os seus plantios às necessidades do mercado e assim barateando os custos com a produção.

Pólo da Borborema – O Pólo Sindical e das Organizações da Agricultura Familiar da Borborema nasceu em 1996, a partir da necessidade dos agricultores e agricultoras familiares da região de discutir seus problemas de forma coletiva. Desde então, eles têm construído coletivamente um novo modelo de agricultura familiar baseada nos princípios da agroecologia.

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