Oficina sobre qualidade de Tecnologias Sociais é realizada na Paraíba

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No semiárido brasileiro, assim como em outras regiões semiáridas do Planeta, a escassez de água, é evidentemente um dos grandes problemas enfrentados pelas populações residentes nessas áreas. Para dirimir essa situação, a Articulação do Semiárido Brasileiro tem promovido por meio do Projeto Uma Terra e Duas Águas, o desenvolvimento de ações que visam à captação, o acesso a água de qualidade.

Dentre as iniciativas que se apresentam para que o nordestino possa conviver com o semiárido, podem ser destacadas a inserção das tecnologias sociais ou tecnologias aplicadas, de baixo impacto, que ao longo de sua inclusão nas comunidades rurais tem promovido um quadro mínimo de segurança hídrica para a população que as utiliza.

As tecnologias sociais podem ser entendidas como um conjunto de técnicas, procedimentos ou objetos que quando integrados a um sistema de gestão eficaz, promovem o desenvolvimento da região. Em algumas comunidades rurais, onde a existência de água é resumida a pequenos açudes e barreiros, a inserção de tecnologias de baixo custo são acessíveis a população tem permitido o convívio das famílias com a seca e a escassez sem maiores danos para o meio ambiente.

Com a finalidade de refletir sobre o processo de implementação dessas tecnologias nas comunidades rurais do Semiárido, cerca de 70 pessoas, entre técnicos de diversas organizações não governamentais, pesquisadores e coordenadores de Unidades Gestoras Territoriais estiveram reunidos em Campina Grande- Paraíba, de 19 a 21 de agosto, com o intuito de promover um diálogo sobre os conhecimentos científicos e popular em relação às tecnologias de convivência com o semiárido.

No primeiro dia (19/08), os participantes discutiram sobre os problemas e avanços no processo de construção das barragens subterrâneas, assim como o papel do P1+2 nos estados, e puderam assistir a apresentação do Professor Francisco Pinheiro Lima Filho da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que debateu sobre os Aspectos de locação e construção das Barragens Subterrâneas.

O segundo dia da oficina (20/08) foi destinado á apresentação dos pesquisadores da EMBRAPA Semiárido Roseli Melo e José Barbosa, e EMBRAPA Solos Maria Sonia Lopes da Silva, que apresentaram Estudos sobre os aspectos de manejo de Barragens Subterrâneas.

Outro ponto importante do evento aconteceu no sábado (21/08) com a visita de campo a comunidade de Cachoeira de Pedra d´água no município de Massaranduba. Durante a visita os participantes puderam aprender na prática as etapas de montagem de outra tecnologia social, a BAP, ou como é mais conhecida a Bomba Popular.

Para o professor Francisco Pinheiro Lima Filho da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a participação das entidades de pesquisa juntamente com a ASA Brasil nesse trabalho de avaliação das implementações é muito importante, no sentido de contribuir cientificamente para que se tenha de forma eficiente a geração de segurança hídrica para as famílias agricultoras do Semiárido nordestino.

As cisternas, as barragens subterrâneas, os tanques de pedra têm incrementado o desenvolvimento das populações da região semiárida, através de uma gestão integrada e participativa. Essas tecnologias têm demonstrado que é possível gerir os recursos hídricos, criando acessibilidade hídrica e resultados concretos, como por exemplo, o armazenamento de água de qualidade.

Por Allana Coutinho – Comunicadora Popular da ASA

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