Semiárido concentra população analfabeta

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Além do problema de convivência com a seca, O Semiárido é a região com maior dificuldade na formação educacional de crianças e jovens. Concentra metade da população de analfabetos acima de 15 anos e apresenta altos percentuais de evasão escolar, de acordo com o relatório “Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 – O Direito de Aprender”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Muitas escolas acabam contribuindo para a construção da imagem do Semiárido como um lugar de atraso e de falta de oportunidades para os próprios alunos que residem na zona rural. O currículo escolar não leva em conta a realidade local. “Muitas escolas formais ainda demonstram a idéia de que o semiárido nordestino é lugar seco, pobre e de atraso. E que para obterem sucesso as pessoas tem que sair da região. Isso destrói a auto estima e estimula a migração forçada e tudo o que a ela é atrelada, em vez de estimular o desenvolvimento local sustentável”, afirma Carlos Humberto Campos.

Durante a apresentação do relatório no evento “Água, Liberdade, Cidadania e Segurança Alimentar”, Carlos Humberto afirmou que no Piauí já existem voltado para a educação , como é o caso do Projeto Fecundação da Cáritas Brasileira Regional do Piauí, que aAtravés do projeto-piloto no município de Coronel José Dias, foi elaborado o primeiro Plano Municipal de Educação – PME com base na Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido. Através das Escolas Famílias Agrícolas que tem adotado a pedagogia da alternância: 15 dias do mês o aluno fica na escola aprendendo e os outros 15 dias ele vai pra casa pôr em prática o que aprendeu.

Desde o início das ações dos Programas de Formação e Mobilização Social Para a Convivência com o Semiárido foram investidos no Piauí aproximadamente 60 milhões de reais.

De acordo com Coordenador Executivo do Fórum, embora existam essas potenciali-dades a região não consegue superar seus péssimos indicadores sociais e nem auto-financiar seu desenvolvimento econômico. E a falta adequada de conhecimento do semiárido piauiense levou à introdução de atividades que não apresentam sustentabilidade ambiental e nem se tornam vantagens competitivas dinâmicas para as famílias agricultoras.

Calos Humberto disse ainda que a população piaui-ense ainda é considerada uma das mais empobrecidas da federação, com baixís-simo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. A falta de trabalho e emprego, poucas fontes de renda, dificuldades de acesso a alimentos em quantidade suficiente, as aguadas secam ou ficam impróprias para o consumo humano ou a produção; tudo isso estimula o êxodo rural que leva ao inchaço das periferias das grandes cidades, à migração forçada e ao trabalho escravo.

Além de todos os problemas sociais enfrentados pela população do semiárido piauiense, as mudanças climáticas que estão ocorrendo no planeta tem contribuído para o agravamento da situação.

Fonte: Com informações do Jornal Diário do Povo

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