Capacitação possibilita debate sobre a participação no processo de transformação no Semiárido
Aconteceu nos dias 05 e 06 de agosto, na cidade de Tiangua/CE, uma capacitação em Gestão de Água para Beber e Produzir Alimentos. Este foi mais um evento do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA) – rede que corresponde à Articulação no Semiárido cearense. O encontro possibilitou aprofundamento dos conhecimentos sobre a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) e seus programas, como também, debates sobre as formas de convivência com o semiárido.
Estiveram presentes Cristina Nascimento, coordenadora da ASA pelo Estado do Ceará, os coordenadores/as das Unidades Gestoras, animadores/as de campo e monitores/as dos cursos de Gerenciamento de Água para Produção de Alimentos (GAPA) e Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH), dos programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Também participou do encontro, Carlos Magno, Assessor Técnico da ASA.
Durante a manhã do primeiro dia do encontro (05), a discussão girou em torno da caminhada da ASA em seus mais de dez anos de história, como também, dos programas P1MC e P1+2.
Cristina falou sobre a importância da mobilização no processo de transformação social. Disse que, nos dez anos de caminhada da ASA e do Fórum Cearense, houve muitas conquistas. “Chegamos aos dez anos com dificuldades, mas, sobretudo com ousadia. Conseguimos realizar debates, encontros estaduais, e agora, o encontro com 100 jovens”, disse Cristina, afirmando que os avanços são resultados da mobilização.
Cristina lembrou também que a caminhada acontece porque tem gente comprometida com a causa e que é importante cada um/a se perceber como parte nesse processo. “A nossa participação com nosso acúmulo de experiências contribui para a dinamização da vida de tantos homens e mulheres”. Para a coordenadora, se faz necessário entender que a ação pela transformação é também de vanguarda e tem o papel de puxar e não apenas de guiar.
Carlos Magno falou sobre o P1MC e P1+2 e da importância da participação das comissões municipais na dinâmica dos programas. Magno chamou a atenção para a responsabilidade de cada um/a, no processo de construção para a transformação. “Somos nós os gestores dos programas. Somos responsáveis por esta ação que acontece coletivamente”, disse o assessor.
Mas, no processo de transformação, ainda é necessário muita luta. E esta luta para Carlos, passa pela sensibilização do poder público. Fazer compreender que esta ação é importante para garantir a sustentabilidade no meio rural. “É preciso fazer conhecer o trabalho de mobilização e construção, como também, as metas atingidas pelos programas”.
Depois das falas de Cristina e Carlos, abriu-se para o debate, momento em que os participantes expressaram o sentimento diante de uma construção coletiva, de acertos, de erros, mas, sobretudo, de responsabilidade. Um dos pontos bastante enfatizados pelos animadores/as e monitores/as é a participação das comissões municipais.
Segundo Juarez, da Cáritas Regional Brasileira, as comissões têm um papel fundamental no processo de mobilização e isso tem feito a diferença. “Um dos avanços percebido é o conhecimento que as pessoas estão adquirindo de que é necessário participar para conquistar. E muita coisa mudou”, disse.
O sentimento de colaboração e o desejo de tornar realidade o sonho de uma sociedade onde todos/as vivam bem e em harmonia com a natureza passam pelos critérios de empenho e compromisso pelo trabalho que é desenvolvido. E assim, como disse Carlos, é necessário driblar as coisas ruins e somar esforços para poder avançar mais.
Intercâmbio – No ultimo dia da capacitação (06), os participantes se dividiram em grupos e foram até a comunidade São João, que fica a 13 quilômetros de Tiangua, para visitar as experiências de agricultores e agricultoras, que com os programas da ASA, mudaram sua história. Na parte da tarde houve a partilha das experiências e avaliação do encontro.