Agricultores e agricultoras do Ceará trocam conhecimentos pela convivência com o Semiárido
Conhecer, trocar e aprender. É esta a definição dos agricultores e agricultoras do Ceará que participaram do intercâmbio interestadual que aconteceu em Triunfo, Pernambuco, nos dias 10, 11 e 12 de junho. O intercâmbio foi uma atividade do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), realizada pela OBAS, unidade gestora do Programa em três microrregiões do Ceará. O Centro Sabiá, entidade que também faz parte da ASA e que presta assistência às famílias da região de Triunfo, acompanhou as atividades.
Três experiências foram visitadas: a agrofloresta do Seu Antônio Sabino, no sítio São Bento, o quintal produtivo de Dona Alaíde Martins dos Santos e Seu Marcolino Elias dos Santos, no sítio Solto e a Feira Agroecológica de Serra Talhada (FAST), que está completando dez anos.
Com o objetivo de proporcionar momentos de troca de experiências, de conhecimentos e, a partir daí complementar a prática das famílias agricultoras nas suas comunidades, esta atividade, segundo Seu José de Assis, do Assentamento Nova Canaã, é importante para que os agricultores e agricultoras ampliem seus conhecimentos.
Para Maria Neide, da comunidade Campo Alegre, Quixadá, o intercâmbio enriquece as práticas desenvolvidas pelas pessoas do campo. “É uma experiência muito boa de novos conhecimentos que a gente leva para compartilhar com as pessoas que ficaram nas comunidades e multiplicar o que aprendeu para melhoria das famílias”, diz a agricultora, ressaltando que o intercâmbio faz com que o agricultor e a agricultora aprendam a cuidar melhor da terra. “É uma aprendizado que servirá para que nossos filhos tenham uma vida melhor. O esforço para alargar os conhecimentos não é só pela questão do lucro que muitas pessoas visam. Aqui é a continuidade da vida”, pontua.
Assim como Neide, os demais participantes reconhecem a força da mobilização pela convivência saudável, na participação e troca dos conhecimentos. “A gente sempre tem uma coisa nova para aprender, uma técnica nova para usar. Reconheço a importância de ter o sol bem preparado. E como diz o Seu Sabino, ter aquela camada de folha seca pra proteger e dar aquela cobertura para que a terra não fique totalmente exposta ao sol, porque isso tanto faz bem para as plantas como também para o terreno que vai estar sempre fértil”, reconhece Fábio, que veio de Quixeramobim para participar do intercâmbio.
Assim, o sentimento de cooperação perpassa os valores da troca e passa a fazer parte do objetivo de vida para as pessoas que sempre enfrentaram os desafios do Semiárido, mas que começam a despertar para as práticas favoráveis à natureza. “Vou levando muito coisa para contar, principalmente de como preservar a natureza. Vou contar maravilha e fico muito satisfeita com a acolhida que tivemos aqui, com este pessoal bom de Pernambuco. Espero que isso se repita na nossa vida junto a obas”, declara Dona Lucileide, da comunidade Lagoa de São Miguel, em Quixeramobim.
Como as pessoas que se deslocaram do Ceará, as famílias pernambucanas que receberam as visitas, também reconhecem que