Revolução social no campo

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Saiba como funciona, na prática, a reaplicação das Tecnologias Sociais que conseguiram ganhar escala na RTS. Experiências contemplam a produção agroecológica e a captação de água de chuva para a produção de alimentos, beneficiando mais de 50 mil pessoas em todo o Brasil.

Graças à articulação no âmbito da RTS, duas Tecnologias Sociais de elevado impacto social, voltadas à agricultura familiar, conseguiram atingir escala no Brasil. Com R$ 75,5 milhões em investimentos pactuados por instituições associadas à RTS, a Tecnologia Social de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais) garantirá, até o fim de 2010, segurança alimentar e aumento de renda para cerca de 10 mil famílias em 24 estados brasileiros. Já o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), originado a partir de articulações dentro da Rede a partir de proposição da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), investiu R$ 69,7 milhões em tecnologias de captação de água de chuva para a produção de alimentos, beneficiando mais de 7 mil famílias em 247 municípios localizados no Semiárido.

A escolha pela agricultura familiar não foi à toa, lembram especialistas consultados pelo Portal da RTS. Segundo o censo agropecuário brasileiro, o setor emprega quase 75% da mão-de-obra no campo e é responsável pela segurança alimentar dos brasileiros, produzindo 70% do feijão, 87% da mandioca e 58% do leite consumidos no Brasil. Apesar de representarem 84,4% do total de estabelecimentos agropecuários, ocupam apenas 24,3% da área agrícola brasileira.

P1+2

A cada período de estiagem, milhares de pessoas que vivem no Semiárido não conseguem satisfazer suas necessidades de acesso à água e alimentos básicos. Se a concentração de água está diretamente ligada à concentração da terra, no Semiárido tal constatação é ainda mais verdadeira. Das 4 milhões de famílias agricultoras que vivem no meio rural brasileiro, 1,7 milhão estão no bioma, ocupando apenas 4,2% das terras agricultáveis.

Para garantir condições dignas de vida em situações tão desfavoráveis, uma das apostas feitas pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) foi a construção, em escala, de tecnologias sociais desenvolvidas e experimentadas pelos/as agricultores/as da região. Agrupadas pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), as tecnologias garantem o aproveitamento e o manejo sustentável da água da chuva para a produção de alimentos e a criação de pequenos animais.

“As grandes obras hídricas, criadas supostamente para combater a seca e resolver o problema da escassez de água, associada à adoção maciça de transferência de tecnologias, geraram um quadro de penúria e insegurança alimentar. Somado a isso, há ainda a negação das potencialidades locais e dos conhecimentos das populações para resolver seus problemas”, conta o coordenador do programa, Antônio Barbosa.

Em sua fase piloto, o P1+2 prevê a construção de 1.

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