Famílias aprendem a aproveitar água no interior do Estado

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ROBERTO e Joelma, de Cumaru, conseguiram comprar terra e plantar mais

O Sertão nordestino tem o menor índice pluviométrico do Brasil. O fato trouxe um mito de que esse era o motivo da improdutividade da região, uma das mais pobres do País. Na verdade, o problema é a falta de busca por soluções para resolver a má distribuição e as dificuldades para aproveitamento da água no local. Com esse pensamento, o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) propicia o acesso descentralizado à água para produção, trazendo melhor qualidade de vida, podendo gerar renda monetária ou não para a população local. A meta é o convívio saudável dos moradores do semiárido com as condições do lugar.

Depois da conquista da chamada primeira água – a destinada para beber e cozinhar – é a hora de armazenar para produzir alimentos e, consequentemente, obter a segurança alimentar das famílias. São dois os viéses do projeto: formação e tecnologias de captação. A própria comunidade é treinada para participar do processo, há formação de pedreiros para construção das cisternas, capacitação em gerenciamento de água e de processos produtivos, além do intercâmbio entre os agricultores.

“O envolvimento das pessoas do local é o mais importante. Não é apenas um programa que passa e vai embora, pois existem as comissões municipais. A comunidade deve se apropriar, se tornar autônoma”, enfatizou o coordenador executivo da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), Aldo Santos.

A vida de famílias como a da agricultora Josefa Fabiana Maria de Lima, de 24 anos, da comunidade de Cipoais, em Bom Jardim, no Agreste pernambucano, mudou desde que começou a ter água armazenada para cultivar. “Antigamente, quando chegava o verão, a gente não tinha água para irrigar as plantas e muitas morriam, mas agora com a cisterna-calçadão a gente tem água para irrigação”, afirmou. Roberto Pereira e sua esposa, Maria Joelma Pereira, moradores do município de Cumaru, também no Agreste, agora, plantam e colhem o frutos da empreitada. “Conseguimos comprar um pedaço de terra e cuidamos de melhorar a criação e plantar mais coisas que, antes, sem água, não era possível”, comentou.

O projeto piloto teve início em maio de 2007 e se encerra no final deste mês, com retomada até julho deste ano. Celebrado entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC), o projeto teve o investimento de mais de R$ 15 milhões e foi executado em sete estados, dos nove que compõem o Sertão brasileiro. Foram cadastradas e capacitadas 2.699 famílias, 1.466 cisternas construídas, além de 116 barragens subterrâneas e 147 caldeirões.

 

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