Em caminhada, trabalhadores exaltam uma década de conquistas
Cerca de quatro mil pessoas participaram, nesta terça-feira (23), da Caminhada por um Semiárido Justo e com Desenvolvimento Sustentável, realizada nas ruas de Juazeiro (BA). A atividade integra a sétima edição do Encontro Nacional da Articulação do Semiárido (EnconASA), que acontece até sexta-feira (26) no município baiano.
A caminhada partiu do shopping Águas Claras, no centro da cidade, percorreu a avenida Adolfo Viana e chegou à orla do Rio São Francisco.
Com faixas e bandeiras, os trabalhadores exaltavam o aniversário de dez anos da Articulação do Semiárido e as conquistas obtidas durante o período, como a construção de 288 mil cisternas para armazenagem de água.
“Com essa caminhada, a ASA quer marcar a celebração dos seus dez anos, mostrando o que se conseguiu na perspectiva de convivência com o semiárido, uma linha de ação e de políticas que respeitam o modo de vida da população”, explica o coordenador estadual da ASA na Bahia, Naidison Baptista.
A pernambucana Maria Ribeiro saiu de Sobradinho (BA), onde mora atualmente, para participar do EnconASA deste ano.
Para a agricultora, o ato é um alerta sobre a urgência de salvar o Rio São Francisco e preservar a terra, o meio de sustento dos trabalhadores rurais.
“Gostei muito da caminhada, muito mesmo. Se nós não lutarmos pela nossa terra e pela água do rio, como é que vamos fazer o nosso plantio?”, questiona.
A caminhada terminou na Orla Nova, onde está sendo realizada a Feira de Sabores e Sabores, com barracas, estandes, apresentações culturais, alimentos orgânicos e produtos artesanais.
No ato de encerramento da caminhada, o coordenador local do encontro e integrante do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), Ademilson Santos, o Tiziu, também exaltou as conquistas da ASA, que evidenciam a capacidade do trabalhador do semiárido.
“Não precisa mais de carro-pipa, desse assistencialismo, e as mulheres não têm mais que carregar baldes de água na cabeça. É a afirmação e o reconhecimento de que essa região é digna de se viver”, destacou.