A Marcha Mundial das Mulheres já está nas ruas

Duas mil militantes caminharam nesta terça-feira até Valinhos
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A Marcha Mundial das Mulheres (MMM) tomou a rodovia Anhanguera e chegou a Valinhos nesta terça-feira (dia 9), após um ato de lançamento vitorioso em Campinas. As duas mil caminhantes que participam da 3ª Ação Internacional da MMM no Brasil, vindas de todos os estados do país, foram recebidas em Valinhos pelas militantes locais com chuva de pétalas de rosas e distribuição de pães, uma alusão à Marcha Pão e Rosas, ocorrida em 1995 no Canadá, que inspirou o movimento.

 Muitas militantes viajaram três dias de ônibus para participar da ação. Este é o caso das 350 mulheres que vieram do Rio Grande do Norte. Nem por isso elas chegaram a Campinas cansadas. Animação e irreverência tomaram conta do Largo do Rosário, no centro da cidade, onde ontem às 17h aconteceu o início da caminhada, marcando as comemorações do Dia Internacional de Luta das Mulheres. A Fuzarca Feminista (grupo de percussão da MMM) alegrou o ato com muito batuque e deu ritmo ao lema do movimento: “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”.  

Lourdes Simões, a Lurdinha, do comitê da Marcha em Campinas, lembrou que o ato público no Largo do Rosário representava não apenas o início da caminhada até São Paulo, mas também o coroamento de um longo processo prévio de organização. Ela agradeceu o esforço das militantes de Sumaré, Hortolândia, Paulínea, Valinhos e Indaiatuba, cidades vizinhas a Campinas, que ajudaram a organizar a Marcha na região. Esse processo de auto'-organização e mobilização prévias se repetiu em todos os estados e vai continuar a ocorrer durante toda a 3ª Ação Internacional no Brasil. As caminhantes se dividiram em comissões de trabalho, responsáveis por atividades essenciais ao sucesso da caminhada – entre elas a comissão de segurança, água, comunicação, saúde, formação e cultura, cozinha, creche, água e limpeza. 

Diversidade e união 

Do Largo do Rosário, as militantes da MMM caminharam por quatro quilômetros até o Ginásio Rogê Ferreira, no bairro São Bernardo. Elas ainda tiveram fôlego para realizar reuniões de trabalho das comissões, seguida de uma breve noite de sono. Breve mesmo: às 4h, as mulheres já estavam de pé, enrolando seus colchonetes, revezando-se na fila do banho e do café-da-manhã. Às 6h, conforme o previsto, as bandeiras roxas já tomavam as ruas de Campinas rumo à Valinhos. No acostamento da rodovia Anhanguera, as duas filas de caminhantes revelavam a diversidade do movimento. Chamava atenção, por exemplo, o belo visual das indígenas Tupinambá que vieram da aldeia Serra do Padeiro, no município de Una, na Bahia, e das representantes das comunidades de terreiros.   

A Marcha Mundial das Mulheres reúne militantes da cidade, do campo e da floresta, jovens, adultas e idosas, trabalhadoras rurais e urbanas, lésbicas, estudantes. O que as une é o desejo de transformar o mundo para transformar a vida das mulheres (ou, também, transformar a vida das mulheres para transformar o mundo, num movim

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