Economia solidária gera emprego e renda em comunidades rurais do Nordeste

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O setor da economia popular solidária tem crescido no Brasil nos últimos anos. De acordo com o último levantamento do Sistema Nacional de Economia Solidária, realizado em 2007, existem no país 21.578 empreendimentos dessa natureza, que geram trabalho e renda para 1,7 milhão de pessoas. A maior parte está localizada na zona rural do Nordeste e se organiza de diferentes formas: associações (11.326), grupos informais (7.978) e cooperativas (2.115).

As primeiras iniciativas de economia popular solidária surgiram na década de1980, com forte apoio da Igreja Católica. Mas, foi durante as edições do Fórum Social Mundial (FSM), que os diversos segmentos desse setor foram se articulando e criando uma identidade de movimento.

Em junho de 2003, é instituída a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego. Neste mesmo período é criado o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), com a finalidade de articular e mobilizar as bases da economia solidária em todo país e realizar a interlocução do movimento junto ao governo federal, a outros movimentos sociais e a organizações internacionais. A Senaes e o FBES são resultado da luta das entidades da sociedade civil que defendem um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil.

Segundo o estudo Introdução a Economia Solidária, da Senaes, a economia solidária pode ser definida “como o conjunto das atividades de produção, distribuição, consumo e crédito para geração de trabalho e renda, baseada no trabalho coletivo, na cooperação, na autogestão e nas diversas formas de compartilhamento, buscando o benefício social e o cuidado com o meio ambiente”.

Para a coordenadora da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) pelo estado do Ceará, Cristina do Nascimento, a economia popular solidária tem contribuido significativamente com a organização das comunidades rurais da região, melhorando a renda e qualidade de vida das famílias.

“A economia popular solidária tem dois princípios que são a auto-organização e a autogestão dos empreendimentos por parte das famílias envolvidas. Então, essa perspectiva agrega um processo maior de organização, tanto na produção como na comercialização e na gestão dos empreendimentos. Isso tem contribuído para mudar a vida das famílias, para mudar a relação dentro da própria comunidade e entre os grupos”, afirma Cristina.

Já Francisco Washington, coordenador da ASA pelo estado do Piauí, vai mais adiante. Para ele, a economia popular solidária é uma alternativa ao modelo econômico vigente na sociedade e uma oportunidade de inclusão social.  “Ela [a economia solidária] possibilita de fato um desenvolvimento humano e social e fortalece as organizações de produção e de crédito, possibilitando que as famílias excluídas historicamente do processo de produção e de consumo se insiram na economia e na geração de renda do País”, ressalta Washington.

A economia a serviço da vida, sem exclusão social, é uma das reflexões da Campanha da Fraternidade deste ano, cujo t&i

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