Educação contextualizada: uma estratégia de convivência com o Semiárido

Tema será abordado no VII EnconASA, em março, na cidade de Juazeiro
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De acordo com o relatório Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 – O Direito de Aprender, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Semiárido é a região com maior dificuldade na formação educacional de crianças e jovens. Segundo o estudo, essa região concentra metade da população de analfabetos acima de 15 anos e apresenta altos percentuais de evasão escolar.

Um dos fatores que leva os alunos residentes da zona rural a abandonarem os estudos é a falta de interesse na escola, cujo currículo não leva em consideração a realidade dos educandos. Ao contrário, muitas unidades de ensino contribuem para a construção da imagem do Semiárido como um lugar de atraso e de falta de oportunidades.

“O que educação formal faz hoje na sua grande maioria? Diz para as crianças que se elas querem ter sucesso, devem sair do Semiárido. Que se elas querem ser felizes, não devem ser como os seus pais, que permaneceram no Semiárido e hoje não são nada. Ou seja, a educação nas escolas é um instrumento de destruir a autoestima das crianças e de certo modo forçar um processo de migração. Sair do Semiárido seria a solução ideal”, contextualiza o coordenador da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), Naidison Baptista.

Para mudar esse quadro, Baptista acredita que a solução está na educação contextualizada para convivência com o Semiárido. Foi o que aconteceu no município Riachão do Jacuípe, na Bahia. A evasão escolar e o êxodo rural eram os principais problemas registrados pelas escolas da região. Com a chegada do projeto CAT (Conhecer, Analisar e Transformar), que trabalha com uma proposta de educação que valoriza a realidade da comunidade, os alunos voltaram a frequentar a escola. 

Alunos de uma escola pública em Riachão do Jacuípe-BA conhecendo as fontes de água existentes na comunidade

“A escola não era tão atrativa para a criança do campo. Com a chegada do [projeto] CAT, a primeira melhoria foi a questão [da diminuição] do êxodo rural e do abandono da escola. A [melhoria da] autoestima do aluno, a forma dele se apresentar em público, é outro avanço. O aluno que vem do CAT tem mais facilidade de falar, de interpretar os problemas, tem mais facilidade do que o outro que veio da educação tradicional”, afirma a coordenadora do projeto, Conceição Simões.

Segundo a secretária executiva da Rede de Educadores do Semi-Árido Brasileiro (RESAB), Vera Carneiro, atualmente, 1.560 escolas do Semiárido trabalham com a proposta de educação contextualizada, beneficiando 28 mil crianças e adolescentes.

“A educação contextualizada voltada para as escolas do Semiárido brasi

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