Projeto implanta horta pedagógica em Curaçá, na Bahia

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Aprender na prática conteúdos de disciplinas como matemática, português e ciências. Essa é a idéia do projeto educacional Horta Pedagógica, que na fase atual, mobiliza professores, alunos e boa parte da comunidade de São Bento, povoado localizado a 37Km da sede do município de Curaçá na Bahia.

No município a horta pedagógica tem o apoio do Mata Branca, projeto da Secretaria de Integração Regional da Bahia que incentiva meios produção sustentável no bioma caatinga.

O Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) também prestou um importante apoio ao projeto durante a construção da horta e de uma cisterna de produção conhecida como cisterna calçadão, capaz de armazenar 52 mil litros de água de chuva para irrigar a produção de verduras e hortaliças.

Segundo José Moacir, coordenador do Irpaa, “todo o trabalho é contextualizado, por isso, a horta vai ajudar a dinamizar as aulas e facilitar o aprendizado de conteúdos obrigatórios”. Ele diz que às vezes é muito difícil manter a criança interessada no conteúdo quando este é aplicado de forma convencional, mas que a horta consegue atrair o interesse dos estudantes, pois além de ver os conteúdos de maneira teórica, eles partem para a prática (constroem canteiros, contam, medem, adubam, irrigam, produzem receitas etc.).

Outro resultado positivo que se busca alcançar com o projeto é o aumento da capacidade de alimentação e renda das famílias envolvidas. Sobre isso o coordenador diz que “a horta não vai ser apenas da escola, mas de toda a comunidade”. Moacir espera que as atividades da horta ajudem a diminuir a devastação da caatinga. A idéia é que, se as pessoas puderem obter renda e alimentação com a horta, não será preciso manter atividades para aumento de capital como a extração de casca de angico, ou a criação excessiva de animais na caatinga.

Proposta de melhor utilização da água

A horta pedagógica traz novas experiências, as quais provam que é possível cultivar alimentos longe das áreas irrigadas, bem como, produzi-los (para o consumo e mercado) a partir da captação das águas das chuvas, através da cisterna calçadão.

Além disso, outras práticas ajudam a comunidade a melhorar a utilização da água. A irrigação dos canteiros, por exemplo, acontece de forma muito curiosa: por baixo, através de um sistema de canos. Moacir diz que, com isso, “as plantas absorvem quase 100% da água que é aplicada no canteiro. Com o sistema convencional as plantas só absorveriam cerca de 30%”. Essa eficácia maior do canteiro econômico se dá graças ao uso de uma lona plástica que impermeabiliza o solo, mantendo o chão úmido e toda água disponível para a planta absorvê-la ao tempo que for necessário. O sistema inovador também impede outra forma de perda: por evaporação. Como a água entra por baixo, lá permanece até a planta sugá-la e é feita uma cobertura de palha sobre o canteiro, quase não há evaporação.

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