Operação do Ibama

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Uma operação do Ibama fechou várias empresas que fazem parte do polo gesseiro de Pernambuco. Os proprietários são acusados de utilizar nos fornos madeira extraída ilegalmente da caatinga.

Máquinas foram lacradas. Para algumas empresas, é o fim da licença ambiental que permitia a produção de gesso no sertão de Pernambuco. A denuncia é de que os proprietários compravam madeira ilegal, oriunda de áreas desmatadas.

Os fiscais, acompanhados do ministro do Meio Ambiente, Carlos Mink, conferiram de perto a quantidade de pedaços de árvores nativas da caatinga que serviam de lenha para aquecer a gipsita, minério usado para a confecção do gesso.

“Nosso objetivo é paralisar realmente o uso não sustentável da caatinga. A caatinga é uma vegetação com alto potencial econômico de uso e realmente não é nada inteligente essa forma predatória de utilização”, disse Leslie Tavares, chefe de fiscalização do Ibama de Pernambuco.

Durante a Operação Mata Nativa, sete empresas foram fechadas em Araripina, no sertão de Pernambuco, cidade responsável por 95% da produção de gesso do Brasil.

O empresário Ézio Vanúzio não poderá mais fabricar o gesso porque já tinha sido notificado em 2008 e, segundo os fiscais, não adequou a empresa às determinações do Ibama. “Ele chegaram e pediram os documentos da madeira. A gente não estava com eles em poder. Por isso, vieram e mandaram a gente parar”, contou.

A delegada de Meio Ambiente de Pernambuco, que acompanhou a operação, autuou o empresário também por outras irregularidades. “Ele está infringindo a questão da guarda inadequada da madeira, de origem vegetal ilegal. Ele não tem licenciamento. A atividade dele não é potencialmente poluidora. Além disso, ele emitiu um documento público, que é o documento de origem florestal, falsificado”, esclareceu Verônica Azevedo.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, a caatinga é um dos biomas que mais preocupam o governo por causa do desmatamento. Carlos Mink disse que essa região terá prioridade no orçamento do fundo de mudanças climáticas, criado recentemente para combater a degradação ambiental.

“O polo gesseiro é fundamental. Agora, a caatinga também é. Ela não pode virar carvão. Então, nós queremos desenvolver a atividade econômica e impedir que ela destrua a caatinga e converta a caatinga e o semi-árido em deserto. Isso não vai acontecer”, avisou o ministro.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, setenta por cento das empresas do polo gesseiro de Araripe funcionam legalmente, com madeira retirada de acordo com planos de manejo aprovados pelo Ibama.

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