Profetas da Chuva no Piauí fazem previsões para 2010

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Os profetas da chuva da região de Pedro II se reuniram nesta sexta-feira (08/01) na Câmara Municipal do município para discutir as previsões de chuvas para 2010. O evento, que reuniu cerca de 10 profetas, resgata a cultura nordestina de prever as probabilidades de chuvas observando os sinais da natureza.
 
O encontro dos profetas da chuva de Pedro II deste ano homenagiou a profetiza Joana Alves de Sousa, que faleceu em 2009. Seu filho, Francisco Luciano, esteve presente. No ano passado, em suas previsões, a agricultora profetizou que o inverno seria “judiador”.
 
Os profetas da chuva observam a natureza, cada um deles têm suas experiências e através delas interpretam os sinais. Para alguns deles, este ano, o inverno não vai ser tão bom, com chuvas fortes apenas nos três últimos meses da estação.
 
“Observei o caminho de Santiago e pelo que vi este ano vamos ter um inverno de chuvas finas, de muita estiagem. O inverno para o lado do sul será melhor que para o lado norte”, afirmou o profeta Antônio Mestre e agricultor da comunidade Boa Esperança.
 
“Vai chover meio atrasado, mas vai chover”, profetizou o agricultor Antônio Raimundo, da comunidade Palmeiras do Soares.
 
Além das chuvas, os profetas também interpretam os sinais da natureza relacionados as  agriculturas. Em 2010, eles destacaram os problemas com as pragras na lavoura. “Os três meses no final do inverno vai ser forte, também vamos ter problemas com as pragas”, dizem.
 
“Tiveram chuvas com trovões no primeiro dia do ano, não significa um inverno ruim, mas o ideal seria[chover] no dia oito, porque o dia primeiro traz o significado de praga na plantação”, afirmou Joaquim Júnior, profeta da comunidade Chá do Lambedor.
 
O Encontro também contou com a presença do meteorologista da Secretaria Estadual de MeioAmbiente, Mainá Medeiros. Para ele, assim como no método científico, os profetas da chuva também observam os fenômenos da natureza, mas apenas interpretam através da experiência adquiridas ao longo dos anos. “Eu como técnico vejo como positivo para o município observar as previsões dos profetas e depois confirmar com o método científico, porque eles observam sinais da natureza que não podem ser ignorados”, diz.
 
A antropóloga Adeodata Maria dos Anjos, do Centro de Formação Mandacaru, entidade que organizou o evento, destacou a importância de resgatar essa cultura para que ela não se perca: “A grande importância desse evento está em envolver a sociedade para que esta cultura não se perda ao longo dos anos, para que essa sabedoria, essa ciência empírica da sensibilidade dos profetas não fique no anonimato, para que ela permaneça através das novas gerações”, destaca.

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