Nordeste discute desertificação

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Pernambuco tem 90% do território suscetível à desertificação. Longe de ser uma teoria apocalíptica, essa é uma constatação apenas climática. O cálculo leva em consideração o fato de o estado ter boa parte do território semi-árido e subúmido seco.

Apesar de já se saber desses dados, os estados do Nordeste, Minas Gerais e o Espírito Santo se reúnem, por iniciativa do Ministério do Meio Ambiente, para discutir como avançar nos estudos e nas práticas necessárias para evitar o pior: a falta de alimento e água nesses locais e suas consequências diretas e indiretas.

Representantes de quatro estados do Nordeste (Pernambuco, Piauí, Alagoas e Sergipe) estiveram no auditório da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco (Sectma), ontem, para organizar a primeira etapa de reuniões preparatórias do Encontro Nacional de Enfrentamento da Desertificação.

O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Egon Krakhecke, explicou que as reuniões sãoimportantes para iniciar o processo de construção do Pacto pelo Desenvolvimento Sustentável do Semi-árido, que será firmado no encontro nacional, que acontecerá de 3 a 5 de março, em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). “É importante que comecemos a pensar os problemas do semi-árido. É um grande desafio trazer esse assunto à tona. Esse tema precisa ser melhor tratado e os municípios também precisam começar a se estruturar”, disse Krakhecke, na abertura do evento. A ideia é reunir pessoas que trabalham com o tema para tomar decisões e se comprometer com a agenda da desertificação e do desenvolvimento sustentável em suas regiões.

Ação estadual – Ainda na reunião, pesquisadores do estado apresentaram o modelo de construção do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca de Pernambuco (PAE/PE). Também foi mostrado como realizou-se a identificação do marco legal e institucional necessário à implementação de um programa como o pernambucano. É que o trabalho desenvolvido no estado servirá como referência aos outros estados participantes, como Piauí, Alagoas e Sergipe. “Aqui vamos contar como é a nossa linha de trabalho para orientar os outros estados. Já que as dificuldades climáticas e econômicas são parecidas. Mas o nosso plano será apresentado mesmo em 10 de dezembro, em Triunfo”, adiantou o secretário executivo da Sectma, Hélvio Polito.

A coordenadora técnica do programa estadual, Edneida Cavalcanti, disse que eventos como esse são muito importantes, mas destacou ainda a necessidade de realizar um georeferenciamento para avaliar a evolução da desertificação em Pernambuco e também nos demais estados. Na próxima semana, as discussões em torno do tema seguem para Natal (no dia 8) e depois para Salvador (dia 11) para agregar os demais estados que possuem áreas suscetíveis – Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão, Bahia, Ceará e Minas Gerais.