Famílias acampadas em Felisburgo celebram a luta pela Terra Prometida

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Cerca de 300 pessoas marcharam do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Felisburgo, em Minas Gerais, até o cemitério do município, em ato realizado no dia 21 de novembro. O objetivo era lembrar os cinco anos do massacre de cinco trabalhadores rurais sem terra, ocorrido em 20 de novembro de 2004.

Iraguiar, Miguel, Juvenal, Francisco e Joaquim foram mortos por pistoleiros, no Acampamento Terra Prometida. Na ocasião, outras 20 pessoas ficaram feridas. A terra tinha sido ocupada dois anos antes e o processo de desapropriação estava na justiça, que já havia declarado que 714 hectares da Fazenda Nova Alegria eram terra devoluta.

Do cemitério a marcha seguiu até a igreja, onde havia um palanque enfeitado com os produtos da terra deles. Estiveram presentes no ato público o presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda (PT-MG), o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Rogério Correa, entre outras autoridades, juntamente com representantes do MST, da Caritas Diocesana de Almenara e de outras entidades que compõem a Articulação no Semi-Árido Mineiro (ASA Minas).

Durante o ato público, foi lida a Carta de Felisburgo, que denuncia a concentração de terras no Vale do Jequitinhonha, a impunidade dos assassinos e a continuação das ameaças às lideranças pelos latifundiários, especificamente em Almenara, Salto da Divisa e Novo Cruzeiro.

Depois a festa continuou no Acampamento. As 64 famílias acampadas comemoram a assinatura do decreto de desapropriação, para fins de reforma agrária, da Fazenda Nova Alegria, em agosto deste ano. Foi a primeira desapropriação por crime ambiental no país. O proprietário cortou a mata nativa, em área de preservação permanente, para criar gado.

“Praticamente depois de oito anos de acampamento já vinha numa situação de desânimo. Com essa assinatura deu uma animada boa na companheirada. A gente acredita que independente de o proprietário entrar com recurso nós não estamos intimidando, não vamos perder mais de forma nenhuma”, afirma o coordenador do MST, Jorge Rodrigues Pereira.

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