Curso forma técnicos em manejo florestal na caatinga
Entre 30 e 50% da energia primária consumida no Nordeste tem como fonte a madeira retirada da caatinga
A exploração da cobertura vegetal, em especial no semiárido, é fonte de renda para agricultores familiares e de insumos para abastecer importantes segmentos econômicos instalados na região: indústrias, fornos domésticos e comércio (pizzarias, padarias). Muitas vezes ao custo de cortes indiscriminados de espécies madeireiras.
Para o engenheiro agrônomo Ivan André Alvarez, pesquisador da Embrapa Semiárido, a contenção desses cortes manterá a mata nativa como importante meio de desenvolvimento social e econômico na área dependente de chuva.
Este é um dos objetivos do curso Capacitação Técnica para agentes multiplicadores em manejo florestal na caatinga, que ele coordena a realização até o próximo dia 28 de novembro, no Escritório da Embrapa no Centro de Convenções de Petrolina (PE).
Rendimento – Os modelos de desenvolvimento para a região contribuem para agravar os impactos sociais e ambientais, principalmente os que são relacionados com a exploração da madeira da caatinga, e desmatamentos e queimadas para implantação de sistemas agropecuários. A forma inadequada do uso de grandes áreas tem levado à degradação do solo e à perda de biodiversidade, explica o pesquisador.
É preciso não deixar que esse processo se prolongue ou até mesmo se acelere, afirma. O componente florestal – com o fornecimento de madeira, carvão, forragem, óleos, tanino e produtos medicinais – é básico para o desenvolvimento do semiárido.
Na região do sertão pernambucano e norte da Bahia, é necessário promover o fortalecimento de práticas de manejo sustentado da caatinga, compatíveis à realidade local, em contraposição ao modelo irracional que vem levando a vegetação à degradação.
A idéia de realização de cursos, visando a formação de agentes multiplicadores de conceitos e práticas do manejo florestal para usos múltiplos, surge como um instrumento valioso para aprimoramento da conservação da Caatinga.
Esta capacitação promoverá cursos envolvendo temas de Educação Ambiental, Sementes e Mudas Florestais (Silvicultura básica), Integração Lavoura – Pecuária e Floresta (Sistemas Agrosilvopastoris) e Manejo Florestal Sustentado.
Neste aspecto que está focado a programação técnica do curso e que o pesquisador aponta como um indicativo de que o rendimento sustentável é uma perspectiva viável para a exploração madeireira da caatinga. Especialmente se ela for integrada às atividades agropastoris, garante.
Falta – Ivan explica que um aspecto torna ainda mais relevante a realização do curso. Em sua opinião, apesar da grande contribuição sócio-econômica da caatinga para o desenvolvimento regional, as informações de como manejá-la adequadamente, ainda são escassas e encontram-se dispersas.
A carência de con