O mal e sua raiz: drama da exploração sexual infantil em série
Um problema que atinge milhões de meninos e meninas no mundo todo, fruto da falta de fiscalização, combate ineficiente e da desinformação da sociedade. O drama da exploração sexual infanto-juvenil é tema de primeira mão do Futura, em ações de mobilização social. Agora, o assunto chega à TV em uma iniciativa inédita, fruto da parceria entre o Canal e a ong Childhood Brasil (WCF-Brasil). É a série de animação Que Exploração é Essa?, que estreia dia 15 de novembro.
Produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre, a série de cinco episódios cria um mundo de bonecos animados que, em uma viagem pelo país, flagram situações de prostituição, abuso de poder e aliciamento de menores. Os protagonistas, um pai caminhoneiro e seu filho adolescente, fazem uma viagem juntos em que cada parada, seja no restaurante, no hotel, na praia ou no cybercafé, revela exemplos de como a exploração pode acontecer. A trama de ficção é intercalada com depoimentos de especialistas e autoridades que falam sobre a real gravidade do problema e da importância de enfrentá-lo coletivamente a partir da sensibilização da sociedade como um todo.
O projeto é resultado de uma longa trajetória de pesquisa e parcerias realizadas pela mobilização comunitária do Canal. Há dois anos, a equipe do Futura acompanha o trabalho da sociedade civil sobre o tema, em fóruns, debates e eventos. Depois de levar a questão para o jornalismo, o desafio do Futura foi produzir um programa que abordasse a exploração sexual infanto-juvenil de forma inovadora, capaz de transformar perspectivas, falas, textos e concepções.
Um mundo de bonecos
Camilla Gonzatto, diretora do programa, ressalta o desafio de tratar de forma lúdica um assunto tão sério: “Nosso empenho foi para que os programas não ficassem pesados e também as crianças pudessem assistir. Para criar um verdadeiro mundo de bonecos usamos algumas técnicas, como manter um enquadramento de câmera que simulasse atores reais”, revela Gonzatto. “Pontuar momentos mais leves e divertidos, com depoimentos sérios, também foi uma forma de garantir uma narrativa adequada ao público”, conclui.
A cada episódio, uma situação diferente se desenrola no percurso dos personagens. Zé Dassilva, roteirista do programa, conta que esta foi a forma encontrada para mostrar os diferentes tipos de exploração infantil: “Queríamos trazer o problema para o âmbito do turismo, da internet, da beira das estradas e dos ambientes urbanos”, revela.
Escolhas pensadas
Também a escolha dos personagens – um pai com seu filho – reflete a importância do papel das famílias no assunto. “O pai é o homem mais vivido, que vai passar sua experiência para o menino, em fase de descobrir o mundo”, conta Dassilva. A exceção fica por conta do episódio do cybercafé, em que os dois param para enviar uma foto pelo computador e o garoto vivencia a pedofilia através de um site de relacionamentos. “Quando o assunto é internet, é o filho que ensina ao pai, ao mostrar que o proble