Agricultores e Agricultoras trocam experiências de convivência com o Semiárido

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Maria José Dias, do município de Buíque, em Pernambuco, conta que fazia queimadas e depois que conheceu o trabalho da ASA mudou a forma de cultivo. “Se você plantar só uma cultura, além de não ser bom financeiramente, depois que tira o alimento, a terra fica descoberta. Por isso estamos diversificando”, afirma. Hoje ela cultiva dentro de uma área de mata com uma diversidade de plantas como o feijão, a mamona, o milho, a mandioca, que servem para a alimentação da sua família e também como alimento para os animais. Já Seu Francisco, conhecido como Chico Gago, de Umarizal, no Rio Grande do Norte, trabalha há dez anos com a agroecologia e, hoje, além da plantação e do trabalho com animais, comercializa sua produção de algodão orgânico para o exterior.

Na tarde desta segunda-feira (21), esses dois agricultores que moram em estados diferentes, mas têm histórias comuns, tiveram a oportunidade de trocar experiências entre si e com agricultores de outros estados do Semiárido nordestino e mineiro. Essa atividade fez parte da programação do 1º Encontro de Agricultoras e Agricultores Experimentadores, que está sendo realizado até o dia 23 de setembro, na cidade de Camaragibe, em Pernambuco.

Além do grupo de agrofloresta, do qual Dona Maria José e Seu Chico Gago fizeram parte, foram realizados outros seis grupos nas áreas de água, sementes, beneficiamento e comercialização, cultivos e roçados ecológicos, criação animal, quintais produtivos e horta. 

“É importante dizer que esse foi um momento muito forte de troca de experiências. A troca de boletins foi algo muito interessante. Todo mundo que contava sua experiência circulou seu boletim. Conseguiram, inclusive, identificar o que é que aproxima as experiências, quais são as peculiaridades. Esse momento foi o centro do debate”, avaliou o coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da ASA e um dos membros da coordenação do Encontro, Antônio Barbosa.

Após as exposições, cada grupo apontou aspectos relevantes acerca do tema. A equipe que trabalhou o tema água, por exemplo, falou sobre a importância de não desperdiçar e não deixar de proteger as fontes de água na comunidade e de disseminar novas técnicas de captação do líquido.

Amanhã (22), os grupos voltam a se reunir para discutir a metodologia de sistematização de experiências, os intercâmbios e o impacto que isso tem gerado nas famílias agricultoras. Em seguida, haverá uma plenária de socialização dos trabalhos em grupo, com o objetivo de aprofundar as abordagens metodológicas de construção do conhecimento.

De acordo com Antônio Barbosa a idéia é que as sínteses dessas experiências orientem o painel “A Construção do Conhecimento Agroecológico para Convivência com o Semiárido e as Políticas Públicas”, que acontecerá no início da tarde e contará com a presença do secretário nacional de segurança alimentar e nutricional, Crispim Moreira, e do secretário de Agricultura Familiar do Minitsério do D

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