Encontro reúne representantes da Bacia do São Francisco para discutir os rumos da luta em defesa do rio

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Quatro anos após a realização do I Encontro que discutiu os desafios e as potencialidades do povo da Bacia do rio São Francisco, bem como sua necessidade de articulação das lutas, grupos e organizações criadas para acompanhar e defender o rio realizam, de 21 a 23 de agosto, o II Encontro Popular da Bacia, em Carnaíba do Sertão – Juazeiro (BA). Dessa vez, o propósito é avaliar os quatro anos de lutas e tem como principal foco as experiências concretas de resistência e as conquistas dos povos e comunidades da Bacia. Depois do primeiro encontro e com o avanço das ações degradantes do governo, tornou-se mais premente a necessidade da concentração e aglutinação de forças na defesa do Velho Chico, no combate à transposição de suas águas e na defesa das comunidades e povos que protegem e vivem do rio há várias gerações.

O Encontro vai atualizar a compreensão da realidade da Bacia, avaliar a Articulação Popular do São Francisco (APSF), possibilitar a troca de experiências e intercâmbios entre os lutadores e lutadoras dos diversos setores populares da Bacia, ampliar a participação de entidades e as forças da APSF, inclusive com outras articulações e redes, e dar visibilidade às denúncias e lutas do povo da Bacia, consolidando sua Rede de Educomunicadores Populares. Caravanas de várias partes do país estarão presentes no evento, entre elas representantes de outras Bacias hidrográficas brasileiras e de organizações do Nordeste Setentrional, região que supostamente será beneficiada pela Transposição, mas onde também tem crescido o número de organizações e grupos críticos a essa obra.

Segundo o coordenador da Articulação e agente da CPT Bahia (Comissão Pastoral da Terra da Bahia), Ruben Siqueira, “após quatro anos do primeiro Encontrão da Bacia, muita água da luta popular rolou sob esta ponte… o segundo Encontro vai fazer o balanço disto. Acredito que será positivo, apesar da aceleração dos projetos degradantes no São Francisco, em nome do ‘desenvolvimento’”.

 O Encontro servirá para analisar a conjuntura dos projetos hídricos, minerários e de infraestrutura em curso ou planejados para a região e seus impactos sobre os povos e comunidades da Bacia. Vários exemplos de resistência e de conquistas serão apresentados em oficinas. Uma delas é a luta dos povos indígenas Truká e Tumbalalá em defesa dos seus territórios. Recentemente, o Diário Oficial da União publicou o relatório antropológico do Povo Tumbalalá, que delimita o território indígena. Essa vitória não representou, no entanto, o fim da luta. O lançamento da Campanha Opará – Povos Indígenas em defesa do Rio São Francisco confirma isso. Os 33 povos indígenas da bacia denunciam os grandes empreendimentos ao longo do rio e reivindicam a realização de audiências públicas e do julgamento de ações jurídicas pendentes no Supremo Tribunal Federal.

Evento irá reanimar a luta e seus lutadores

Numa conjuntura de refluxo das lutas populares e dos movimentos sociais em geral, com o Governo Lula operando abertamente para cooptá-los e discipliná-los ao jogo das forças hegemônicas do capital nacional/global, o II Encontro Popula

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