13? Romaria das Águas e da Terra reúne cinco mil pessoas em Itinga

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“Terra e Água preservadas. Vale resgatado!” Com esse lema, a 13ª Romaria das Águas e da Terra de Minas Gerais reuniu cerca de cinco mil pessoas em Itinga, no Vale do Jequitinhonha, para celebrar a luta do povo pela preservação das águas e da terra e denunciar as causas de destruição da natureza. Romeiros de todo o Vale e de outras regiões do Estado concentraram-se na rodovia MG-367, na entrada da cidade, e caminharam refletindo e cantando até o mercado municipal em construção, onde celebraram a Eucaristia.

A abertura do evento contou com as palavras do prefeito de Itinga, Charles Ferraz, além da representante da tribo indígena Pankararu, Cleonice Pankararu; dos bispos da Diocese de Araçuaí, Dom Severino Clasen, e da Diocese de Almenara, Dom Hugo Maria Van Steekelenburg, da agente da Cáritas Diocesana de Araçuaí, Cléa Amorim, e do pároco de Itinga, Frei José Silva.

Em seguida uma caminhada saiu atrás da Fanfarra de Itinga, do trio elétrico, da cruz carregada pelos romeiros com os dizeres “Vidas pela Vida” e de imagens e nomes de pessoas que foram mortas na luta pelas causas populares. Foram especialmente lembrados Iraguia, Joaquim, Miguel, Francisco e Juvenal, trabalhadores rurais sem terra assassinados no acampamento Terra Prometida, na fazenda Nova Alegria, em Felisburgo, no dia 20 de novembro de 2004. Esses agricultores foram nomeados pelos manifestantes como “os cinco mártires de Felisburgo”.

A cruz foi cravada perto da ponte, às margens do Rio Jequitinhonha, enquanto algumas mulheres com trajes típicos recolheram água do rio em jarros de barro. Na travessia, os romeiros pararam para ver o encontro das barcas que levavam as imagens de São Francisco de Assis, patrono da Romaria, e de Nossa Senhora da Lapa, padroeira da Diocese de Araçuaí.

A celebração eucarística foi presidida por Dom Severino Clasen, com a copresidência de Dom Hugo e dos padres de várias paróquias da Diocese. A Pastoral dos Migrantes fez uma apresentação teatral com testemunhos sobre a condição das pessoas que vão para o corte de cana e de suas famílias. Os índios Pataxós fizeram a oração que pede a Deus pela chuva e uma dança de Carmésia. Um grupo de mulheres apresentou uma dança afro-descendente, enquanto outras aspergirem os participantes com a água que recolheram do Rio Jequitinhonha.

Durante a missa, foi feita a leitura da Carta da 13ª Romaria. Ela ressalta as riquezas do Vale do Jequitinhonha, anima a continuar a luta pela convivência com o Semiárido e o respeito aos direitos dos povos e denuncia os grandes projetos desenvolvimentistas por promoverem o agronegócio e, com ele, o empobrecimento e a degradação ambiental. Cada participante recebeu ao final uma cópia da carta e um pequeno pote de barro como lembrança do evento.

Avaliação

Conscientização é a palavra para definir o evento, na opinião de seus organizadores. O pároco de Itinga, Frei José Silva, acredita que a Romaria é um momento de tomada de consciência sobre a realidade. “A mãe terra precisa ser respeitada, assim como também a nossa irmã água deve ser preservada”, pontua. Lucimery da Silva Leão, da coordenação estadual da Comissão Pas

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