Dia do trabalhador e da trabalhadora rural é comemorado no Semiárido mineiro
Dia 25 de julho, dia do Trabalhador e Trabalhadora Rural, foi lembrado como um dia de luta por diversas organizações da Articulação no Semiárido Mineiro, ASA Minas. Em várias partes da região, houve celebrações, passeatas, manifestações em rádios e em demais meios que expressavam a homenagem, as lutas e os desafios do povo sertanejo.
No município de Porteirinha foi realizada uma grande celebração campal durante a tradicional Festa de Senhora Sant’Ana, na comunidade rural Serra Branca. De forma contextualizada, agricultores ofertaram símbolos de seu trabalho como ferramentas e frutos. No momento recordou-se a luta dos/as agricultores/as em enfrentamento aos grandes projetos que só trazem desenvolvimento para as empresas ligadas ao agronegócio.
Dona Armensa dos Anjos, também conhecida como Mensa, beneficiada pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), avaliou: “este é um momento de valorizar tudo aquilo que é da gente”. A celebração foi organizada pela Associação Cultura Senhora Sant’Ana, pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha e pela Pastoral da Juventude.
Em Riacho dos Machados, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município e as Pastorais Sociais reuniram mais de 400 pessoas, que além da celebração, se organizaram em passeata pelas ruas da cidade, levando faixas, bandeiras ao som de músicas, depoimentos de agricultores/as e gritos de lutas. O principal objetivo era conscientizar os trabalhadores e trabalhadoras rurais sobre seus direitos.
Aproveitaram o momento e fizeram denúncias de contaminação do Rio Peixe Bravo, na bacia do Rio São Francisco. Segundo Amintas Luiz Ferreira, agricultor e diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha “as pesquisas para futuras explorações de minério na região já está poluindo o rio, antes mesmo da exploração de fato começar”.
Também foram levantadas bandeiras sobre o resgate das sementes crioulas e a valorização da cultura popular. Para Geraldo Gomes, da rede de sementes e de comunicação popular da ASA Minas, o resgate da cultura popular é também em defesa da qualidade de vida no campo. Segundo ele “a cultura está presente em toda a vida da família agricultora seja alimentação, música, artesanato, festas populares”.
Geraldo acredita que os grandes meios de comunicação são os maiores responsáveis pelos grandes problemas que o campo enfrenta hoje. “A televisão e as grandes rádios oprimem os agricultores com falsas promessas e com grandes ilusões, como as sementes transgênicas e híbridas, as músicas comerciais e mostram um estilo de vida que não tem nada haver com o dia-a-dia do trabalhador e trabalhadora do campo”, finaliza. O ato em Riacho dos Machados foi encerrado com confraternização e partilhas.
Já no Vale do Jequitinhonha o programa de rádio Vale Viver, realizado pela Cáritas Diocesana de Araçuaí, fez uma homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras rurais pelo seu dia. O programa foi ao ar pela Rádio Vale FM, de Araçuaí, no dia 26, destacando o papel social d