Intercâmbio intermunicipal é realizado na Bahia

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Agricultores e agricultoras, animadores, facilitadores e representantes de comissões municipais participaram nos dias 21 e 22 de julho, do intercâmbio intermunicipal que foi realizado em Caetité, na Bahia. O evento foi promovido pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil), através da Associação Comunitária da Escola Família Agrícola Rural de Correntina e Arredores (Acefarca), que é uma Unidade Gestora Territorial (UGT) do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).

Uma caravana formada por cerca de 15 pessoas de Correntina e municípios próximos foi até Caetité com o objetivo de conhecer alternativas de convivência com o Semiárido, levar as experiências realizadas na sua região e principalmente fortalecer os conhecimentos e as praticas agroecológicas.

O objetivo do intercâmbio foi o da troca de experiências de forma horizontal entre os participantes, que conheceram as experiências existentes e implementadas na região de Caetité, através da UGT Cáritas Nordeste III. Foram visitadas as tecnologias de cisterna-calçadão, de tanque de pedra, também chamado de caldeirão e de barragem subterrânea das comunidades de Malhada, Vereda dos Cais e Lagoa dos Matos.

Na visita à barragem subterrânea de Seu Zelindo e Dona Lúcia, os participantes ficaram encantados com a tecnologia de armazenamento de água no subsolo. Apesar de ainda não ter sido implementado o caráter produtivo, existem iniciativas por parte da família com o plantio de horta para o próprio consumo, garantindo, assim, um alimento na mesa com qualidade e quantidade. Em outra experiência visitada na mesma comunidade, na propriedade de seu Valdomiro, os participantes conheceram o tanque de pedra.

O intercâmbio proporcionou aos visitantes conhecer agricultores e agricultoras que só produziam alimentos no período chuvoso, devido à escassez de água. Agora com as tecnologias de convivência com o Semiárido que cada família tem na sua propriedade, estão produzindo de tudo um pouco, durante o ano todo.

O casal João Neto e Dona Ana Maria, que mora na comunidade de Malhada, a 45 quilômetros de Caetité, conta que todas as famílias pegavam água em uma minação que fica meia légua da comunidade. Eles lembram que muitas vezes acordavam de madrugada e tinham de enfrentar fila para buscar água.

Para Dona Maria, moradora do assentamento Boa Sorte, no município de São Felix do Coribe, e que foi possui uma cisterna-calçadão em sua propriedade conta que o intercâmbio aumentou o seu conhecimento e fortaleceu ainda mais a vontade de produzir alimentos de forma orgânica no seu quintal.

Origem da Comunidade de Malhada

Malhada significa “cabana de pastores, curral de gados, rebanhos de ovelhas”. O nome foi dado à comunidade porque os donos de ovelhas e gado traziam seus animais para pastar, malhar na capoeira onde existia muita relva.

A comunidade de Malhada foi fundada em 20 de Janeiro de 1987. Atualmente 53 famílias remanescentes de escravos moram lá. Os escravos foram trazidos por donos de fazendas para trabalhar na lavoura. Hoje, malhada é uma comunidade quilombola.

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