Fórum Cearense discute o atual modelo de desenvolvimento para o Semiárido e celebra 10 anos de existência

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O Avanço do Agro e Hidronegócio e os Impactos Sócio Ambientais para a Agricultura Familiar. É esse o tema que está norteando o VII Encontro Estadual do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA) que teve início ontem (22) e se estenderá até amanhã (24).

A abertura do evento ficou por conta do poeta Patativa do Assaré, que ao declamar seus versos, trouxe à tona a dura realidade do sertão, mas também suas belezas e potencialidades. Antes que se comece a buscar explicações para tal fato inusitado, já que Patativa faleceu no ano de 2002, vale explicar que se tratou, na verdade, de uma representação teatral realizada por José Ferreira, agricultor e pedreiro do município de Tabuleiro do Norte. Dessa forma o FCVSA homenageou o centenário de nascimento do poeta.

 Ainda sob o comando de ¿Patativa¿, as delegações das microrregiões se apresentaram e foram trazidos cartazes evidenciando questões que se constituem em grandes desafios, como a especulação imobiliária, a exploração sexual, a concentração de água e o projeto Tabuleiro de Russas. Ao todo, participaram nove microrregiões que compõem o Fórum.

O evento também celebra os 10 anos de vida do FCVSA. Cristina Nascimento, do Cetra e também coordenadora executiva da ASA pelo estado do Ceará, trouxe um pouco do histórico de lutas e conquistas ao longo dessa caminhada em prol da construção de uma nova visão do semiárido e de formas de convivência com a região. ¿Um outro semiárido é possível, porque agricultores e agricultoras estão construindo isso¿, afirmou ela.

Dando sequência à programação, as microrregiões trouxeram desafios recentes que têm enfrentado. Iguatu colocou a questão da construção de aterro sanitário em uma região de lagoa; Tianguá enfatizou problema relativo ao mau uso do açude Lima Campos, que abastece a cidade; Itapipoca abordou os problemas trazidos pela carcinocultura; Sertão Central denunciou a antiga prática de carros pipas; Cariri denuncia a destruição da chapada do Araripe, cartão postal da região; Limoeiro chamou atenção, entre outras coisas, para a situação das comunidades ameaçadas pelo projeto Tabuleiro de Russas, que pretende desapropriar mais de 4 mil hectares de terra em sua segunda etapa.

Um dos destaques do dia foi o debate sobre a temática central do evento, do qual participaram: Ozarina Lima, liderança da comunidade Lagoa dos Cavalos; Raquel Rigotto, pesquisadora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Hildebrando Soares, professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Ozarina falou sobre a luta da comunidade para permanecer na terra e continuar a cultivá-la sem o uso de agrotóxicos; Rigotto socializou pesquisa que realiza a respeito das conseqüências do uso de agrotóxicos para a saúde, contextualizando o modelo de desenvolvimento no qual o agro e hidro negócio estão inseridos; Soares ratificou a fala de Rigotto e enfatizou o fato de que o agronegócio não se resume ao sistema agrícola, mas ¿é um complexo sistema industrial, comercial e financeiro¿.

O primeiro dia do Encontro terminou com a Feira de Sabores e Saberes, que valoriza os prod

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