Entidades querem cancelamento da liberação do milho transgênico no Brasil
![](https://enconasa.asabrasil.org.br/wp-content/uploads/2025/02/semImagem.gif)
O cultivo comercial de variedades transg+nicas em larga escala, em diferentes lugares do mundo, come+ou em 1996. No Brasil, o primeiro cultivo dessa natureza que recebeu autoriza+-o do governo foi a soja, em 2003. Cinco anos depois, foi autorizado o plantio e a comercializa+-o no Pa+s de duas variedades de milho geneticamente modificadas: a Liberty Link, da empresa Bayer, e a MON810, da Monsanto.
Entidades da sociedade civil que fazem parte da Campanha Por um Brasil Livre de Transg+nicos entraram com uma a+-o, que est+ tramitando na justi+a, pedindo o cancelamento da libera+-o do milho transg+nico no Pa+s. “A gente tem clareza que o milho transg+nico vai contaminar o milho crioulo, as sementes da paix-o [como + chamada a semente crioula na Para+ba]”, afirma Gabriel Fernandes, assessor da ONG Assessoria e Servi+os a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA).
De acordo com a publica+-o Registros de Contamina+-o Transg+nica 2006, do Greenpeace Internacional, mais da metade das ocorr+ncias de contamina+-o de transg+nicos nos +ltimos dez anos envolvem o milho. Em 2005, a contamina+-o desse cultivo respondeu por 35% dos incidentes registrados globalmente. J+ no ano seguinte , o milho foi o respons+vel por 51% dos casos registrados de contamina+-o.
Uma mat+ria publicada no site do Greenpace Brasil, no dia 03 de abril, destaca que 280 produtores da -frica do Sul tiveram preju+zos na colheita do milho transg+nico produzido pela Monsanto. Alguns chegaram perder at+ 80% da produ+-o. A +rea plantada era equivalente a 80 mil campos de futebol. Por conta dos riscos que podem causar ao meio ambiente – saude humana, diversos paises europeus, como a Fran+a, a Gr+cia e a -ustria, rejeitaram o plantio do milho transg+nico MON810, da Monsanto. Ontem (14/04), outro pa+s da Europa, a Alemanha, decidiu pelo fim dessa variedade de milho no Pa+s.
Segundo Gabriel Fernandes, o milho + uma cultura de f+cil contamina+-o, que pode ser cruzada com outra variedade pelo pr?prio carregamento do p?len pelo vento. “Ent-o se um vizinho planta [milho transg+nico] e o outro n-o [planta] + muito grande a chance de o milho convencional ser contaminado. E outra coisa + a contamina+-o da semente. Se a gente pensar que o milho, depois de colhido, vai para um paiol, um armaz+m, um caminh-o, corre o risco tamb+m de ter a mistura entre transg+nico e n-o-transg+nico”, destaca o assessor.
O Brasil + um dos pa+ses do continente americano onde est+ presente uma grande diversidade de milhos nativos, plantados e adaptados h+ s+culos pelos povos tradicionais e pequenos agricultores. Essa cultura + usada diariamente na alimenta+-o da popula+-o, portanto, entidades da sociedade civil alertam que haver+ um grande impacto na seguran+a alimentar da popula+-o se o milho transg+nico contaminar o milho convencional ou nativo.
Para Gabriel Fernandes, uma grande amea+a ao milho crioulo produzido pelos agricultores no Nordeste pode ser os programas governamentais de distribui+-o de sementes, que doam aos agricultores sementes produzidas em centros de pesquisa de outras regi+es. “Ent-o acho que + um alerta para que as organiza++es, os sindicatos e as associa++es cobrem das prefeituras qual + semente que est+ entrando, porque a gente sabe que depois que entrar [o milho transg+nico] vai contaminar [o milho crioulo] e, para reverter esse processo ou para salvar as sementes crioulas, vai ser um desafio muito grande”, alerta Gabriel.
>> Continua+-o