Capacitação de pedreiros beneficia família no Vale do Jequitinhonha
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Cavar o buraco, retirar o excesso de terra, serrar os caibros, fazer as placas. Passo a passo, em mutir-o, e, em menos de dez dias, fica pronta a primeira cisterna-cal+ad-o da fase de implanta+-o do Programa Uma Terra e Duas -guas (P1+2) no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Assim foi o processo de capacita+-o dos pedreiros e pedreiras na regi-o, com a constru+-o do reservat?rio que promete muita produ+-o para a fam+lia da Dona Diva e do seu Gerson Gomes da Silva.
A capacita+-o foi realizada de 18 a 27 de mar+o, na comunidade de Aguada Nova, em Ara+ua+. Sob a orienta+-o de M+rcio Moreira de Jesus, que trabalha na constru+-o das cisternas-cal+ad-o h+ cerca de um ano, 11 pedreiros dos munic+pios de Ara+ua+, Jequitinhonha, Francisco Badar?, Jenipapo de Minas e Chapada do Norte e uma pedreira de Virgem da Lapa aprenderam a construir a caixa de 52 mil litros e a +rea de capta+-o que comp+em a principal tecnologia do P1+2.
Para o instrutor M+rcio, que tamb+m aprendeu a construir a cisterna-cal+ad-o em um curso como esse, + muito importante o processo de forma+-o e conscientiza+-o que envolve o programa. “As pessoas que fazem as cisternas tamb+m devem dar toda uma explica+-o para as fam+lias. Eu mesmo explico para eles para que serve aquela caixa, para fazer plantio. A+ eles ficam muito alegres e me ajudam muito”, conta.
Glaucin+lia Pereira de Souza j+ est+ desde 2005 neste processo de forma+-o e multiplica+-o dos Programas da ASA. Secret+ria da Associa+-o de Promo+-o Infantil, Social e Comunit+ria (Aprisco) em Virgem da Lapa, ela aprendeu a fazer a cisterna de placa de 16 mil litros do Programa Um Milh-o de Cisternas (P1MC). Desde ent-o, j+ perdeu a conta de quantas fez. N-o s? fez, mas ensinou a fazer. Ela foi convidada a dar um curso para 14 pessoas em Minas Novas. Al+m disso, todas as vezes em que trabalha, acaba ensinando a tecnologia para algu+m.
Muitas pessoas surpreendem-se ao ver uma mulher pedreira. Glaucin+lia conta que uma vez foi construir a caixa com sua irm- e as mulheres da comunidade acharam que elas estavam indo para cozinhar para os pedreiros, estranhando o “atraso” deles. “Vou sair l+ de onde eu moro para vir fazer comida aqui? Eu vim foi para trabalhar!”, respondeu-lhes. Apesar disso, Glaucin+lia v+ com muita normalidade o seu trabalho e n-o considera dif+cil a ocupa+-o desse espa+o. “Para mim, n-o tem muito desafio, porque eu sempre me acostumei a trabalhar. Tem a satisfa+-o de estar contribuindo para um projeto t-o bonito, uma coisa t-o boa que aconteceu no nosso lugar”, afirma.
Fam+lia mobilizada
A fam+lia da Dona Diva e do Seu Gerson tamb+m tem participado dos momentos de forma+-o do Programa. Gerson participou do interc+mbio de agricultores e agricultoras em Itinga nos dias 11 e 12 de mar+o. Construtor de cisternas do P1MC, que em Minas Gerais s-o conhecidas como caixas, participou da capacita+-o do P1+2 juntamente com seu filho Jo-o e pretende ajudar os vizinhos e at+ outras comunidades a construir os reservat?rios.
Dona Diva j+ planeja a produ+-o da fam+lia. Ela fez uma horta no terreno da sua casa, mas pela dificuldade de acesso – +gua, n-o pode plantar no +ltimo ano. Al+m disso, j+ teve 12 porcos e vendeu dez por causa da seca. Com essa +gua, pretende fazer uma horta, plantar ab?bora, banana e mam-o e, futuramente, adquirir mais porcos.
Ela abriu as portas da sua casa para receber a equipe de trabalho, cuidando da +gua, caf+, biscoitos. Enquanto isso, na creche comunit+ria desativada, outras senhoras apoiavam a constru+-o com a prepara+-o de deliciosas refei++es. Sua generosidade de deixar sua casa nesses dias e adaptar-se aos hor+rios do curso confirmaram o esp+rito geral de doa+-o e colabora+-o m+tua que prevaleceu na equipe. + esse esp+rito que retrata e torna poss+veis as a++es da Articula+-o no Semi+rido Brasileiro (ASA).