Agricultura familiar é destaque no primeiro dia do Encontro Estadual do Fórum Piauiense de Convivência com o Semi-Árido
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Inspirados em imagens de cisternas, da natureza, da terra, entre outros elementos que fazem parte do contexto do Semi-Árido, os participantes do Encontro Estadual do Fórum Piauiense de Convivência com o Semi-Árido iniciaram o evento ontem (23) com um momento de reflexão sobre a importância da vida e da solidariedade.
A mística de abertura foi seguida da apresentação dos participantes, vindos de diversos municípios do Estado. Divididos por microrregião, cada grupo apresentou suas expectativas para os três dias de debate e aprendizado.
O coordenador executivo da ASA pelo estado do Piauí e representante da Cootapi e Associados, Washington Gonçalves, considera o encontro importante para a retomada das discussões sobre a convivência com o Semi-Árido. ¿Esse encontro é muito importante para reanimar a atuação do Fórum no Semi-Árido a partir de um planejamento das atividades para 2009, o nivelamento das informações dos programas desenvolvidos na região e a consolidação da nossa ação e o nosso fortalecimento¿, afirma.
Durante a tarde, o secretário da Cáritas Brasileira Regional do Piauí, Carlos Humberto, fez uma análise de conjuntura acerca do tema Crise de Alimentos: Uma questão de negação da agricultura familiar ou afirmação da grande agricultura? A monocultura do eucalipto, consolidada em estados como a Bahia e Minas Gerais, e que, segundo o secretário, está chegando ao estado do Piauí, através do município de Nazária, foi uma das questões abordadas.
¿A expansão do eucalipto inviabiliza a agricultura familiar e a reforma agrária. Já são quase cinco milhões de hectares ocupados. Imaginem se essas terras estivessem produzindo arroz, batata, mandioca?¿, questiona.
Para finalizar o dia, os participantes aprofundaram as discussões sobre terra, água e alimentos respondendo a três questões: i) Como podemos alcançar a sustentabilidade hídrica para a agricultura familiar no Semi-Árido? ii) Que mecanismos temos ou podemos construir para o acesso e uso da terra de qualidade para agricultores familiares do Semi-Árido? iii) Como podemos fortalecer esta ação a nível de microrregião/município?
Os participantes foram divididos em grupos mistos que contemplaram as questões de acordo com a realidade de cada município. Alguns pontos levantados apontaram a necessidade de continuidade dos programas que estão gerando sustentabilidade no Semi-Árido. Foi destacada, também, a importância de políticas ambientais que recuperem e preservem os mananciais, como nascentes, olhos d¿água e rios, que estão cada vez mais poluídos.
A maioria dos grupos apontou a necessidade de políticas públicas que facilitem o escoamento da produção, de forma que o agricultor não saia endividado. Além de envolver também os poderes Executivo e Legislativo municipais no fortalecimento da agricultura familiar.
Hoje (24), a programação do encontro segue com o dia dedicado ao debate sobre os Programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2), os dois principa