Territórios rurais com jovens
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Com a formação de coletivos, a juventude rural implementa alternativas para fixar o jovem no campo
Para os jovens que moravam nas zonas rurais da região Semi-árida era insatisfatória a falta de alternativas de geração de trabalho e renda. Por causa da escassez de oportunidades, os jovens saiam do campo para procurar melhores condições de vida nas grandes cidades. Para mudar essa situação, a juventude, movimentos sociais e entidades sindicais começaram a articular ações para firmar o jovem em seu território.
Em 2004, foi iniciada a formação dos Coletivos Municipais de Jovens, onde a juventude começou a ter oportunidade de expor as necessidades de suas comunidades nos espaços de debate da sociedade civil e poder público. +Dessa forma, os jovens organizados e conscientes estão preparados para cobrar do poder público a elaboração e implementação de políticas públicas para a juventude+, afirma Givanildo Braz, coordenador regional dos coletivos e agricultor familiar.
Formado por 23 municípios dos Territórios do Sisal, Bacia do Jacuípe e Portal do Sertão, o Coletivo Regional da Juventude articula ações de conscientização e formação política da juventude rural, onde cada município conta com assessoria dos movimentos sociais e entidades sindicais.
Com o apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviços (CESI), Movimento de Organização Comunitária (MOC) e outras entidades da sociedade civil, os coletivos foram se estruturando com intuito de estimular o desenvolvimento local e garantir a autonomia dos jovens.
De acordo com Emanoel Sobrinho, integrante do Programa de Políticas Públicas do MOC, a concepção de juventude veio a partir dos coletivos que mostram o jovem como sujeito de direitos e protagonista de sua história. +Atualmente, os jovens participam dos conselhos tutelares, sindicatos e outras entidades que estão apoiando os coletivos e respeitando a autonomia da juventude+, conta.
Ampliando horizontes – Através das capacitações realizadas nos coletivos, os jovens aprendem processos educativos voltados para a realidade do semi-árido, observando limites, potencialidades econômica, social, política, cultural e ambiental. Durante as capacitações, o jovem discute temáticas relacionadas à cidadania, políticas públicas e geração de renda na agricultura familiar do semi-árido.
Com o conhecimento adquirido nas capacitações, os jovens desenvolvem experiências de geração de trabalho e renda na agricultura familiar. No município de Nova Fátima a juventude inaugurou a lanchonete Beijuventude que tem fins lucrativos voltados para os jovens que participam do projeto.
Outra iniciativa para geração de renda pode ser observada na comunidade de Belo Alto, no município de Candeal, onde os jovens se articularam para realizar em fevereiro de 2008 um dia de lazer para arrecadar fundos que serão destinados para o pagamento da documentação dos jovens. A juventude organizada também desenvolve assessoria a entidades comunitárias e buscam a inserção profissional nas entidades locais.
Braz conta que no município de Candeal, os jovens estão buscando o apoio da sociedade civil e poder público para instalar um cursinho pré-vestibular no município com objetivo para aumentar a participação dos jovens nas universidades.