Um milhão de cisternas para famílias do Nordeste

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Está em andamento uma profunda transformação no semi-árido brasileiro. Trata-se do vasto programa de construção de um milhão de cisternas para captação de água da chuva. Isto significa que um milhão de famílias terão garantida água de qualidade para beber e para cozinhar, mesmo nos períodos de longa estiagem.

O alcance deste programa não se mede só por este objetivo, que já seria mais do que suficiente para justificá-lo. Basta ter presente a dolorosa cena de mulheres com o balde sobre a cabeça, buscando água suja a quilômetros de distância, disputando-a com os animais, em luta desumana pela sobrevivência.

Coordenado pela ASA – Articulação do Semi-Árido – e desenhado objetivamente em forma de P1MC – Programa Um Milhão de Cisternas, a iniciativa tem profundo impacto humano nas milhares de pessoas que são envolvidas por ele, com sua metodologia participativa e com seu caráter solidário, levando a um notável crescimento da cidadania, e alterando significativamente as perspectivas de vida.

Desencadeia um verdadeiro processo de transformação social. Muda a própria maneira de pensar a região. Fomos habituados ao imaginário fatalista da ¿seca no nordeste¿. O programa, com realismo, encara a região de maneira bem mais adequada, como ¿semi-árido¿ que oferece esplêndidas possibilidades de convivência, desde que sejam valorizados seus recursos.

Vale a comparação com outras regiões do mundo. As precipitações pluviométricas normais desta região são bem maiores daqueles que ocorrem, por exemplo, em Israel. Se lá é possível um esplêndido desenvolvimento, por que não aqui? Em nosso semi-árido chove, mesmo que não seja em todas as épocas do ano. Então, trata-se de captar a água da chuva, e colocá-la a serviço da vida digna das pessoas.

Esta a intuição do programa. O semi-árido oferece condições de vida. As pessoas que lá moram sentem inclusive os encantos da região, com sua riqueza humana exuberante, que pode ser acionada para o enfrentamento racional dos desafios, o maior deles certamente a escassez de água, que encontra na construção de cisternas o primeiro passo para a sua superação, e para a abertura de novas possibilidades de desenvolvimento.

Agora o programa está em fase de conclusão de sua primeira etapa, com a avaliação dos seus resultados, e com a adequada prestação de contas ao MDS. Um importante momento para a sua consolidação política, que testa a competência dos seus executores, e interpela a lucidez das instâncias governamentais.

Para avaliar o programa, e perceber a importância de sua continuidade, é preciso ter presente não só os números, que por si mesmos são altamente expressivos, mas o significado que simbolizam. A começar pelas centenas de entidades, agrupadas pela ASA, todas apostando na viabilidade do programa, em sintonia com sua dinâmica transfor

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