Experiência do GT em Gênero e Agroecologia é apresentada no I Encontro de Formação sobre Divisão Sexual do Trabalho da ASA
A engenheira agrônoma Elisabeth Maria Cardoso, integrante do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata, em Minas Gerais, apresentou na manhã de ontem (11), durante o I Encontro de Formação sobre Divisão Sexual do Trabalho, promovido pela Articulação no Semi-Arido Brasileiro (ASA), a experiência do Grupo de Trabalho em Gênero e Agroecologia.
Segundo Elisabeth, a iniciativa, que surgiu em 1998, no âmbito da antiga Rede PTA (Rede de Programas em Tecnologias Alternativas), tem provocado a transformação das relações de poder entre homens e mulheres no interior das organizações que atuam na região sudeste do Estado de Minas Gerais e sul da Bahia.
+Hoje, depois de quase dez anos de trabalho, as entidades acham ruim não ter uma mulher compondo a diretoria. A ausência de mulheres em cargo de decisão nas organizações é motivo de vergonha. Mas, para chegar a essa conquista [mulheres ocupando cargos de decisão nas organizações], foi preciso muito esforço. Tivemos que enfrentar vários conflitos+, explica.
Para a engenheira agrônoma, os resultados de um trabalho como esse só podem ser contabilizados em médio e longo prazo, pois, transformar a cultura não é uma tarefa fácil. Porém, é necessário persistir: +Se não existir uma preocupação em propiciar a igualdade de gênero nos espaços, as mulheres vão continuar de fora da vida publica, dos recursos, da assistência técnica, do financiamento… (…) As mulheres têm muito menos oportunidade que os homens. Então, se não for esse trabalho, a gente acaba não modificando+.
Por esse motivo, a Comissão de Gênero da ASA, formada durante a 1+ Reunião Ampliada da Coordenação Executiva, realizada em 2005, vem provocando a abertura de espaços de discussão no âmbito da Articulação sobre questões que atingem diretamente as mulheres das zonas rurais e urbanas, como a violência doméstica e a divisão sexual do trabalho.
De acordo com Elisabeth Cardoso, se a ASA incorporar a discussão de gênero nas suas dinâmicas, o trabalho causará impactos na base. +De alguma maneira, você vai atingir as organizações que trabalham com os agricultores e agricultoras. As instituições vão pensar `se a ASA está falando sobre isso, então, eu acho que isso tem haver com o nosso trabalho. Não é uma coisa que veio do além, senão, não estaria como tema prioritário para a ASA!++
No período da tarde, a facilitadora do encontro e assessora da Comissão de Gênero da ASA, Nalu Farias, provocou o debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres através de uma dinâmica que incita os participantes a relacionarem as diferenças sociais, físicas e psicológicas existentes entre os sexos.
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