ASA participa de Caravana Nacional contra transposição
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Socializar as experiências concretas de abastecimento de água baseadas em métodos simples e baratos, e que têm como base a oferta descentralizada de água, ao contrário das grandes obras hídricas, a exemplo da transposição do São Francisco, está sendo a principal contribuição da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) à Caravana em Defesa do São Francisco e do Semi-Árido, que começou no último domingo (19), em Belo Horizonte (MG), e percorrerá mais 10 cidades até o dia 1+ de setembro, quando se encerra a mobilização.
Segundo Luciano Marçal, que está representado a ASA nessa mobilização, existe uma imagem construída em torno da transposição, enfatizada em particular pelo governo federal, de que ela vai levar água para a população que tem sede, ou seja, a população difusa, que hoje corresponde a quase 2 milhões de famílias agricultoras.
+Normalmente, quando há uma seca aguda, a imprensa busca cobrir esses acontecimentos e entrevista exatamente as famílias agricultoras que estão com o seu barreiro vazio, seus depósitos de água vazios, e que passam por situações de privação de água e alimento. Então, é uma situação dramática, que a gente já se acostumou, quer dizer, cada vez que vem a mídia, a gente volta a assistir o problema e, concretamente, esse projeto criou um mito em torno dessa solução . Na verdade, as respostas a qual a transposição se dirige não vão atender essa população, ela [ a transposição] tem outros interesses+, destacou Luciano.
Ele também informou que a idéia da Caravana é mostrar à sociedade que o Semi-Árido, apesar dos períodos de seca, é uma região que tem um enorme potencial produtivo e de armazenamento de água. +A água que cai sobre o Semi-Árido pode e tem condições de abastecer a grande maioria da população, inclusive, atendendo a demanda de água não só rural, mas também urbana+.
Esse argumento enfatizando por Luciano é baseado nos dados do Atlas Nordeste – um estudo da Agência Nacional das Águas (ANA) sobre a demanda de água para os municípios com população acima de 5 mil habitantes. Segundo o Atlas, a demanda urbana por água pode ser suprida com os reservatórios que já existem na região.
Ainda segundo esse estudo, um trabalho de fortalecimento e ampliação dos sistemas de condução de água locais seriam o suficiente para atender as demandas de água até 2025, sem problemas para a maior parte dos municípios do Semi-Árido, incluindo Campina Grande, que hoje é alegado como uma área onde não há água suficiente para abastecer a cidade caso não seja realizada a transposição.
+Isso não é verdade,<