Cisternas melhoram vida de famílias no Agreste Pernambucano
No Sítio Cipoais, em Bom Jardim, agreste de Pernambuco, muitas famílias já não sofrem mais com a falta de água para beber e cozinhar. Um exemplo é o caso de Maria de Lourdes, 47 anos, mãe de cinco filhos, que há três anos conquistou a cisterna pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação no Semi-Árido (ASA). + Essa cisterna foi uma benção na minha vida e na vida da minha comunidade. Depois dela tudo ficou mais fácil. A gente tem mais tranqüilidade, uma água limpa e suficiente para o período de crise+.
Antes da cisterna, ela conta que acordava de madrugada e andava cerca de meia hora para pegar água num açude. +A água era contaminada e imprópria para consumo. Além disso, tínhamos a hora certa de pegar e, como contrapartida, o proprietário do açude mandava a gente limpar a área ao redor do reservatório+ , complementa o agricultor Severino Pedro de Lima, marido de dona Lourdes.
Mobilização e seleção das famílias – Segundo Cesár Garibaldi , técnico do Centro Sabiá, Unidade Gestora Microrregional do P1MC , em cada município é formada uma Comissão Política Municipal, composta por sindicatos, associações, igrejas e outras organizações da sociedade civil, que tem como missão definir as comunidades e selecionar as famílias que conquistarão suas cisternas.
O próximo passo é agendar reunião com essas famílias para discutir sobre a ASA e o Programa, fazer o cadastro e agendar as visitas técnicas e organizar o processo de construção das cisternas.
A construção propriamente dita é o resultado de um ciclo de reuniões e capacitações, que possibilita o envolvimento das famílias. Todas elas participam do curso de Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH) onde aprendem a tratar a água, a cuidar da cisterna e a preservar o meio ambiente , na lógica da convivência com o Semi-Árido. Além disso, a família é quem faz a escavação , fornece água para a construção, hospeda e alimenta os pedreiros, e ainda coopera nos serviços auxiliares, o que cartacteriza a contrapartida no processo.
Os pedreiros são agricultores formados pela ASA e atuam como agentes e sujeitos em todos os processos, pois além de conhecerem e construírem relações com as famílias, ainda têm a responsabilidade técnica da construção. Pelo serviço prestado, eles recebem a quantia de R$165,00 /cisterna.
Muitos jovens também estão inseridos na dinâmica da ASA e do P1MC. +Eles fabricam e instalam as bombas manuais nas cisternas que servem para as famílias retirarem a água<