Cisternas para produção de alimentos são inauguradas na Bahia
As cisternas foram concluídas há duas semanas. Cada unidade custou, em média, 2,4 mil reais e foi erguida em seis dias. Às famílias beneficiadas coube escavar os buracos, auxiliar os pedreiros e fornecer a água utilizada na construção.
Apenas uma das cisternas tem o telhado da casa como área de captação da chuva. As outras três aproveitam a água que cai nos terreiros e escoa para as cisternas em canaletas. Para conter a terra e as folhas que descem com a enxurrada, foram construídas pequenas caixas de cimento, onde a sujeira cai no fundo e a água, limpa, vai para a cisterna.
+A cisterna vai servir para muita coisa. Agora, o principal é fazer nossa horta, pra gente comer verduras sem veneno+, planeja dona Dete, que conquistou a cisterna de número 1. Antes da cisterna, dona Dete guardava a água que escorria pelo terreiro, na época das chuvas, em vasilhas. +Você precisa ver a quantidade de água que a gente perde quando chove. Dá pena ver tanta água indo embora sem ter onde guardar. Agora, ela vai pra cisterna e a gente vai poder aproveitar essa água. Sem água ninguém faz nada+, afirma.
Para seu Landinho, marido de dona Dete, só dá valor à água quem sofre com a falta dela. +Quando a gente tem água com fartura, a gente nem dá valor. Quando falta, a gente dá o valor que ela tem.+ Diante da possibilidade de ter água para plantar o ano todo, seu Landinho se empolga: +Dá vontade de fazer reservatório por todo canto+, comenta animado.
Acostumada a caminhar em busca de água, dona Dete, que recebeu recentemente a visita de um técnico da companhia de energia elétrica, já pensa nos benefícios de ter água e luz em casa. O que é um direito, para ela parece luxo. +O homem da energia já passou aqui. Com minha cisterna e luz, eu só saio daqui para passear+, comemora.
Além das cisternas para produção, a parceria entre a Caritas e os Missionários do Verbo Divino possibilitou a construção de outros quatro reservatórios, para consumo humano, nas comunidades de Lagoa Preta e Capoeira do Milho. Cada um tem capacidade para armazenar 16 mil litros de água.
Em tempo + A Cáritas Paroquial de Várzea de Roça faz parte da ASA Bahia. É uma das 750 organizações que compõem a Articulação no Semi-Árido Brasileiro + ASA.