Agricultores (as) do oeste baiano trocam experiências em Riacho de Santana

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Agricultores/as visitam experiência em Riacho de Santana (BA) | Foto: Vanderléia Barbosa

Emanados pelo desejo de novas aprendizagens e experiências que se multiplicam pelo Semiárido a fora, quinze agricultores dos municípios de São Félix do Coribe, Santana, Serra Dourada e Brejolândia, que acessarão tecnologias de captação de água da chuva da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) participaram nos dias 28 e 29 de agosto, no município de Riacho de Santana (BA), de um intercâmbio de experiências.

Os agricultores e agricultoras foram acompanhados (as) de dois membros da equipe da  Associação Comunitária da Escola Família Agrícola Rural de Correntina e Arredores (Acefarca), Unidade Gestora Territorial  do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).
As atividades visitadas durante os dois dias possibilitaram aos agricultores (as) conhecerem experiências das famílias e comunidades que conseguiram desenvolver vários manejos como produções orgânicas, associativismos, organização comunitária e tantos outros elementos que a cada dia vem contribuindo para uma melhor qualidade de vida das famílias sertanejas.
O momento inicial se deu com a visita a sede do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), que realizam ações no município de Riacho de Santana e região. Atualmente,  participam do grupo 83 mulheres que desenvolvem trabalhos diversificados como cultivo de hortaliças, produção de artesanato, produção de alimentos derivados da mandioca, apicultura e produção de sucos e geleias com frutos da região.
A partir da criação da Associação do Movimento de Mulheres Camponesas de Riacho de Santana, puderam acessar projetos que possibilitaram um maior desenvolvimento do trabalho, a exemplo da participação no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), em que conseguiram um contrato para o fornecimento de hortaliças e alimentos derivados da mandioca produzidos nas comunidades onde moram e na sede do Movimento.
As hortaliças que cultivam são fornecidas para organizações como a Escola Família Agrícola, Pastoral do Negro, Associação Quilombola, Pastoral da Criança e diversas associações, escolas e comunidades que conhecem o trabalho das mulheres e optaram pelo consumo de produtos orgânicos e naturais, garantindo assim a soberania e a segurança alimentar e nutricional das famílias do Semiárido. Os artesanatos que confeccionam como crochê, bordados, trabalhos com retalhos e tantos outros, geralmente são expostos e vendidos em feiras artesanais e encontros que participam pelo Brasil a fora, ou através de encomendas. O Movimento de Mulheres Camponesas de Riacho, além dessas atividades, também são guardiãs das sementes crioulas. A conservação dessas sementes promove a soberania alimentar das famílias camponesas que a cada dia estão se conscientizando para a adoção de práticas sustentáveis, alimentação saudável e preservação ambiental.

Após essa riquíssima troca de experiências com as mulheres, partimos em direção a Comunidade de Tanque de Claudiano, município de Riacho de Santana, onde existem 10 famílias que fazem parte do MMC e que se integram ao grupo de produção de hortaliças que entregam para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Os agricultores(as), após uma valiosa conversa com as famílias da comunidade, puderam visitar seus quintais de produção, que se enverdecem de alimentos diversificados e totalmente orgânicos e que fazem parte da alimentação de inúmeras famílias da região.

Uma outra experiência visitada foi no Sitio Beija Flor, em que conhecemos as histórias e vivências de João Devaldo, um agricultor que com muita determinação e persistência conseguiu aos poucos transformar o seu sonho em realidade, ao longo de mais de 20 anos de trabalho e esforços. Atualmente é proprietário de um viveiro de mudas e jardinagens, reconhecido em todo território nacional pelas vendagens de suas inúmeras e diversificadas mudas.

Além disso, João Devaldo e sua equipe também fazem um trabalho social com o reflorestamento de áreas que foram degradadas. O sitio Beija Flor é um espaço de muitas aprendizagens e troca de experiências, pois recebem de vários lugares do país, agricultores, estudantes, pesquisadores, estagiários, professores que buscam conhecer, estudar e multiplicar o conhecimento através das vivências e práticas desse agricultor que ousou experimentar e transformar um pequeno espaço em um grande sonho real, acreditando que é possível viver e conviver no Semiárido a partir de alternativas ecológicas e sustentáveis.

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