Entidades piauienses discutem o Programa Uma Terra e Duas Águas
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Coordenador pedagógico do P!+2, Antônio Barbosa, participou do evento de avaliação do programa no Piauí | Foto: Sabrina Souza |
O Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA Brasil), foi o tema de discussão de encontro que reuniu quinze representantes de entidades piauienses que executam o programa no estado. O evento acontece até hoje, 08, na sede da Obra Kolping, em Teresina, no Piauí.
Com a participação do coordenador pedagógico do P1+2, Antonio Barbosa, o encontro teve como objetivos fazer um balanço da atuação das entidades no estado com destaque para os avanços e limites vivenciados, analisar a conjuntura do cenário político e econômico do país, além de construir estratégias de execução para o novo termo de parceria que será executado em 2012.
“O primeiro objetivo desses dias foi avaliar o termo de parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) que estávamos executando – que iniciou em fevereiro de 2011 e terminou em março de 2012 – o que ele significou em resultados, os problemas enfrentados e as soluções para a caminhada. A avaliação foi positiva, percebemos que o programa conseguiu se fortalecer e representa uma alternativa real de convivência com o Semiárido”, ressaltou Antonio Barbosa.
O encontro também promoveu a discussão dos próximos passos do programa que contará com um novo termo de parceria com o MDS. A previsão é que sejam construídas 7.600 tecnologias em todo o Semiárido brasileiro, o que representa uma ampliação do programa. “Até o termo passado éramos 26 organizações atuando no Semiárido. Nessa nova etapa, contamos com a atuação de 42 organizações. Aqui no Piauí, por exemplo, agora seremos quatro entidades atuando, com a entrada de mais uma que atuará em Curimatá e Morro Cabeça do Tempo, uma região bem carente de água”, enfatiza Barbosa.
Com o novo termo de parceria que começa a ser executado em julho, o Piauí ganhará mais 561 implementações – entre cisternas-calçadão de 52 mil litros, cisternas de enxurrada, tanques de pedra, barraginhas, barreiros trincheira, barragens subterrâneas e bomba d’água popular. Além disso, serão construídas 12 casas de sementes no estado. “Essa é uma das novidades do novo termo. Queremos, com as casas de sementes, estimular o estoque de sementes no estado, um importante modelo de convivência com a região semiárida, além de apoiar os viveiros de mudas, conservando as plantas nativas e ampliando as plantas adaptadas e frutíferas”, destaca o coordenador.
Para o coordenador do Cerac, José Maria Saraiva, o encontro foi valioso para as entidades estabelecerem estratégias de atuação diante das novas propostas. “Temos uma grande meta e um prazo pequeno. Isso é um grande desafio, sem falar das novas tecnologias que serão implantadas. Ao mesmo tempo em que conseguimos fazer o trabalho, estamos preocupados com a questão da convivência com o Semiárido, pois estamos diante de um governo que retrocede com a preocupação de combate à seca, batendo de frente com a nossa atuação. É preciso ter estratégias de atuação para dar conta do sonho de transformar a cara do Semiárido”, afirmou José Maria.
Ações do P1+2 no Piauí
O Programa Uma Terra e Duas Águas atualmente é desenvolvido no Piauí por três entidades da sociedade civil: Cáritas Regional do Piauí, Cáritas Diocesana de São Raimundo Nonato, Centro Regional de Assessoria e Capacitação (Cerac).
Essas entidades atuam na construção de processos participativos de desenvolvimento rural no semiárido piauiense, com ações e processos de formação e implementações que promovem soberania, segurança alimentar e nutricional e a geração de emprego e renda de famílias agricultoras, apoiando a troca de conhecimentos e facilitando a convivência com o Semiárido.