ASA realiza Encontro Nacional de Comunicadores Populares do Semiárido Brasileiro

![]() |
Comunicadores/as estiveram reunidos em Recife/PE e discutiram comunicação como direito humano. |Foto: Fernanda Cunha |
“A comunicação da ASA atua em Rede”. Está frase foi lema do Encontro Nacional de Comunicação, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), realizado entre os dias 16 e 18 de setembro, em Recife/PE. Participaram 75 comunicadores populares dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O encontro teve como objetivo a construção de uma compreensão sobre a comunicação como estratégia política de intervenção da ASA, para convivência com o Semiárido.
“O encontro teve um papel importante de aprofundar o debate sobre a comunicação como direito humano e refletir sobre a relação desse tema como a nossa prática diária. A ideia também é que cada estado possa continuar debatendo essa questão localmente, envolvendo outros atores, de maneira que a comunicação da ASA se fortaleça cada vez mais”, explica a coordenadora de comunicação da Assessoria de Comunicação da ASA, Fernanda cruz.
O evento iniciou de forma criativa e alegre com a divisão por estados, para darem as boas vindas a todos. Para a comunicadora popular de Correntina/BA, Vanderleia Barbosa, o encontro é fundamental para reforçar a comunicação no Semiárido. ”A participação no Encontro Nacional de Comunicadores da ASA é um momento relevante para a troca de experiências, aprendizagens, compromissos e entusiasmo. Identifico como um reforço para continuar atuando, lutando e fazendo parte de uma rede que, a cada dia, vem se consolidando no Semiárido, que resiste e insiste em um novo jeito de convivência”, analisa.
No segundo momento, foi construído um quadro com a trajetória da ASA, destacando acontecimentos, no período de 1980 a 2013, onde os comunicadores/as destacaram fatos políticos, sociais, econômicos e culturais, que ajudam a compor a história da articulação.
No segundo dia, foram convidados a jornalista e integrante do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Ana Veloso, a jornalista e representante da coordenação de comunicação do Movimento Sem Terra (MST), Solange Engelmann, e o representante da Rede Patativa, Eduardo Homem, que enriqueceram o encontro ministrando o debate sobre o olhar da comunicação como direito humano. “É necessário romper com a desinformação, avaliar o processo de comunicação de forma coletiva e para isso a atuação do comunicador popular é fundamental”, analisa Ana Veloso.
Vivência no Semiárido
O encontrou lançou o olhar sobre as práticas de comunicação desenvolvidas pelos comunicadores, nos estados, responsáveis por contar histórias do Semiárido. A partir desta realidade, a jornalista e mestre em comunicação, Viviane Brochardt, teve o interesse em desenvolver um estudo de mestrado sobre a experiência em comunicação de famílias agricultoras em comunidades do estado da Bahia e do Norte de Minas. “Acho que fazer comunicação popular só tem sentido se for a partir da vivência do agricultor. Foi uma experiência única”, explica Viviane Brochardt.
Minas Gerais
Uma prática do encontro foi o olhar para a comunicação que fazemos. Os estados se dividiram e identificaram as “Sombras, Luzes e Compromissos” que enxergam em sua prática. Entre os itens mapeados pelas comunicadoras de Minas Gerais estão como luzes a iniciativa da Escola de Comunicadores Populares e como algo que precisa ser reforçado, a formação política para a comunicação e o envolvimento nos debates da democratização dos meios de comunicação rural. “Foi muito produtivo e enriquecedor. Poder observar a linha do tempo, os debates e a participação de todos. Foi uma forma bem dinâmica de discutir a importância da comunicação como um direito”, pontua a comunicadora Giovana Prates, da Cáritas Diocesana de Araçuaí, integrante da ASA.
Exposição fotográfica
No segundo dia do encontro foi realizada a exposição fotográfica “Um olhar de bem-querer sobre o Semiárido”, um trabalho coletivo da rede ASA, que busca demonstrar, a partir das imagens, um novo olhar sobre o Semiárido, seus biomas e diversidade de pessoas que habitam o Nordeste, o Norte de Minas Gerais e o Vale do Jequitinhonha. A expectativa é que a exposição circule pelos estados do Semiárido.