Fotografia é tema da Oficina Regional de Comunicação Popular

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Comunicadoras/es reunidos na casa de sementes da comunidade Canto, em Serrinha/BA.

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) realizou, entre os dias 01 e 03 de agosto, a Oficina Regional de Comunicação, na cidade de Feira de Santana, na Bahia. Participaram 75 comunicadores e comunicadoras populares da ASA dos estados da Bahia, Minas Gerais, Alagoas e Sergipe.

A oficina abordou temáticas como a comunicação como um direito humano fundamental e a utilização da fotografia na documentação dos fazeres das populações do Semiárido e foi assessorada pelo fotógrafo e documentarista João Roberto Ripper, internacionalmente conhecido por retratar fatos e temas históricos na linha dos direitos humanos. Na metodologia da oficina, ele  reforça que é possível contar a história de um povo, mesmo com todo o processo de violação de direitos. “Considero que saber usar a comunicação, e em especial a fotografia, a serviço dos direitos humanos é uma forma de dar visibilidade a valorização das pessoas que merecem ser tratadas com respeito e dignidade”, analisa o fotógrafo.

Ao longo do curso, foram abordados conteúdos teóricos e práticos essenciais à formação do fotógrafo. Elementos como beleza e dignidade foram evidenciados no processo de construção e registro da imagem. Os participantes aprenderam a importância da quebra de estereótipos ao fotografar e os cuidados para não ferir a dignidade da pessoa.

“A oficina possibilita uma troca de experiências e interação e teve como foco a fotografia na perspectiva humanista a partir do olhar da convivência com o Semiárido, registrar o olhar do outro, conversar com as famílias e conseguir contar uma história a partir da fotografia. Do mesmo jeito que trabalhamos o texto e os programas de rádio, a fotografia também é um instrumento da comunicação. Vejo esse momento como rico em conhecimento”, explica Gleiceani Nogueira, pela assessoria de comunicação da ASA.

No segundo momento, o grupo dialogou sobre o papel da comunicação da ASA na convivência com o Semiárido. “A oficina é importante porque é a primeira vez que temos a oportunidade de participar de um curso voltado para a fotografia. O que fica agora é o meu novo olhar sobre a fotografia como a necessidade de saber respeitar a pessoa sem referir sua dignidade e observar se ela está sendo bem representada na foto” analisa a comunicadora Aparecida Amado, do Centro de Assessoria aos trabalhadores rurais (CDJBC), de Sergipe.

Visita de campo
A fim de conhecer uma experiência de convivência com o Semiárido, os participantes da oficina regional de comunicação visitaram a comunidade Canto, no município de Serrinha/BA. A comunidade é conhecida por manter um banco de sementes crioulas desde 1992, e ter uma experiência forte no cultivo e conservação das sementes. “Quando chega o período de plantio temos as sementes para plantar e sabemos da importância que ela tem para o agricultor familiar. É daqui que tiramos nosso sustento e garantimos a soberania alimentar”, relata a presidente da associação dos pequenos agricultores e agricultoras familiares do município de Serrinha, Tereza Rocha de Souza.

A comunidade abriga cerca de 120 famílias, na sua maioria composta por agricultores familiares. Maria Silvia de Jesus faz parte de uma dessas famílias, que há dois anos adotou a prática do quintal produtivo diversificado. “Além do consumo das verduras serem saudáveis estamos comercializando e possibilitando uma melhor qualidade de vida”, diz.

Para a comunicadora popular da Cáritas de Rui Barbosa, da Bahia, Dayane Oliveira Simas, a experiência de visitar a comunidade foi gratificante. “Ver e participar da visita é fundamental para o entendimento da prática da fotografia”, informa.

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