Projeto Mais Água destaca resultados alcançados durante sua primeira fase de execução

Famílias de municípios do Território Velho Chico participam do Projeto Mais Água. | Foto: Arquivo CASA

A captação de água de chuva através de tecnologias sociais, para a produção de alimentos e a dessedentação animal é uma ação concreta com a perspectiva de garantir a soberania alimentar no Semiárido. É com essa satisfação que em apenas seis meses de trabalho, o CASA, através do projeto Mais Água já consegue visualizar o resultado do empenho dos trabalhos executados pela equipe. Após a participação no curso de Gerenciamento de Água para Produção – GAPA, as famílias capacitadas já estão tendo suas cisternas-enxurrada construídas, enquanto outras estão conquistando o barreiro-trincheira ou familiar.

O objetivo do projeto é promover tecnologias de produção e dessedentação animal a fim de contribuir para a melhoria das condições produtivas de agricultura familiar no Semiárido baiano através da captação, armazenamento e utilização sustentável da água da chuva.

Neste sentido, já foram atendidas 514 famílias. A meta é alcançar 885 famílias até o final do projeto em municípios do Território Velho Chico (Matina, Riacho de Santana, Bom Jesus da Lapa, Oliveira dos Brejinhos, Sitio do Mato e Paratinga). Ainda no intuito de garantir a soberania alimentar, as famílias recebem ao lado de suas cisternas um canteiro produtivo com a finalidade de garantir a produção familiar camponesa. Além da capacitação teórica, as famílias participarão da capacitação prática para que possam resgatar e/ou aprender as técnicas de produção agroecológicas.

A previsão é de que até o mês de setembro as construções e escavações nos municípios de Matina, Riacho de Santana e Bom Jesus da Lapa estejam finalizadas. Após a liberação da segunda parcela do convênio, nossas atividades serão direcionadas para os municípios de Sítio do Mato, Paratinga e Oliveira dos Brejinhos, ressalta o coordenador Paulo Alberto.

O projeto acredita que assim que as chuvas caírem em nosso sertão, as cisternas serão o estímulo para a agricultura familiar em que muitos agricultores encontrarão a oportunidade de garantir a soberania e segurança alimentar de suas famílias. Para perceber isso não precisa ir muito longe. Na comunidade de Olho d’Água – Matina, a família de Dona Angélica disse que mesmo na terceira idade ter uma horta à beira de casa é o seu desejo.

Segundo ela, já fez algumas hortinhas, mas estas foram atacadas pelas formigas, e que agora com o curso de GAPA – Gerenciamento de Água para Produção, ela aprendeu a fazer defensivos naturais e assim que a chuva cair no sertão seu desejo é plantar. “Allface, cebolinha, coentro, porque assim não precisaremos comprar”. Dona Ana finaliza seu depoimento com fervor e gratidão dizendo: “estou muito satisfeita e agora só estou esperando a bonança (a chuva) do céu chegar.”