Entidades do Piauí realizam planejamento de atividades
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Representantes de 13 entidades do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA), reúnem-se nos dias 02 e 03 de fevereiro para Encontro Estadual de Planejamento 2012. O evento acontece na sede da Obra Kolping Estadual do Piauí, localizada no bairro Dirceu.
Um momento de vivência, partilha e construção coletiva da atuação das entidades no Semiárido, o Encontro também tem o objetivo de fazer um balanço do trabalho desenvolvido em 2011, construir o planejamento das atividades para o ano de 2012, e de eleger a coordenação executiva do Fórum e os representantes do Piauí junto à coordenação executiva da Articulação no Semiárido (ASA), da qual o Fórum é representante estadual.
Para o coordenador executivo da ASA pelo Piauí, Carlos Humberto Campos, o Fórum tem boas perspectivas de trabalho para este ano, principalmente na consolidação de parcerias com o governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). O cenário aponta para a continuidade de programas importantes de construção de tecnologias sociais de captação e armazenamento de água para o consumo humano e produção de alimentos para famílias do Semiárido como os programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2).
“Após um ano de implementação de obras hídricas, formações e capacitações de famílias do Semiárido piauiense, tivemos momentos difíceis com a parceria do MDS, realizamos uma grande mobilização em dezembro do ano passado, em Petrolina, que resultou em um novo acordo de quatro meses, e estamos com boas perspectivas para este ano. A meta é garantir a construção de cerca de seis mil cisternas de placas, além de duas mil outras tecnologias alternativas como tanques de pedra e barragens, que irão beneficiar aproximadamente seis mil famílias piauienses”, explica Carlos Humberto.
O coordenador executivo afirma também que, neste ano, o Fórum pretende dar continuidade ao debate sobre as consequências geradas pelos grandes projetos implantados no Piauí, como aqueles que beneficiam o agronegócio, a monocultura da soja e a instalação de grandes mineradoras. Esse é uma discussão levantada pela Campanha em Defesa das Terras, das Águas e dos Povos do Piauí, lançada no último 21 de novembro, e coordenada pelo Fórum, Movimento Quilombola, Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), Pastoral do Migrante e os movimentos de luta.
“Precisamos dar continuidade à Campanha, pois temos muitos agricultores e agricultoras em situação delicadas sem acesso à terra para moradia e produção de alimentos. Queremos promover novas mobilizações para chamar a atenção do poder público e dos órgãos competentes para que garantam os direitos das famílias atingidas por meio dessas ações. E o encontro vai promover também essas reflexões e vamos construir um plano de trabalho que cubra essas demandas no estado do PI”, acrescenta Carlos Humberto.
Durante o encontro, o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido também discute estratégias para mostrar a importância da construção das cisternas de placas e combater a construção das cisternas de plástico (polietileno), através do programa Água para Todos. Para Carlos Humberto, “essa é uma alternativa que vai contra a metodologia da ASA de capacitação e formação das famílias beneficiadas, pois as cisternas de plástico vêm prontas, custam mais caro e beneficiam grandes empresas, além de resgatar a indústria da Seca”.
Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido
No Piauí, a ASA é representada pelo Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido que reúne 13 entidades da sociedade civil que juntas atuam em 123 municípios do semiárido piauiense, beneficiando aproximadamente 50 mil famílias através do P1MC e do P1+2.